Líder civil está presa em local desconhecido desde que militares deram um golpe em 1º de fevereiro
Nesta quinta-feira, 11, a junta militar de Mianmar voltou a fazer acusações contra membros do governo civil que foram depostos — desde que militares deram um golpe de estado no mês passado, como informa o portal G1.
O grupo afirma que Aung San Suu Kyi, líder política que recebeu um Nobel da Paz em 1991, recebeu uma série de subornos, que totalizam 600 mil dólares, pouco mais de R$ 3.3 milhões, além de 11 quilos de ouro.
“Tomamos conhecimento de que a própria Aung San Suu Kyi aceitou US$ 600.000 e 11,2 quilos de ouro. A comissão anticorrupção iniciou uma investigação”, declarou Zaw Min Tun, secretário de Comunicação da junta, em coletiva realizada nesta quinta em Naypyidaw, a capital do país.
Detida desde 1º de fevereiro, Suu Kyi é acusada de violação da lei de telecomunicação e de “incitação da desordem pública”. Antes, ela já havia sido denunciada por importar ilegalmente alguns walkie-talkies e por não respeitar as restrições impostas pela pandemia de Covid-19.
Recentes protestos já vitimaram mais de 50 pessoas no país. Na história de Mianmar, os militares já usaram da violência extrema para conter revoltas populares em 1988 e 2007. Desde 2011, o país vivia uma fase democrática, após viver quase 5 décadas sob um regime militar.
No mês passado, os militares tomaram o poder por não aceitarem o resultado das eleições, que foi extremamente favorável ao partido apoiado por Aung. Os militares declararam estado de emergência e prometeram que realizariam novas eleições, porém, as datas do pelito não foram divulgadas.