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Notícias / Brasil

Massacre de Altamira: Julgamento do primeiro mandante tem início em Belém

Luziel Barbosa é o primeiro dos acusados a enfrentar o tribunal pelo assassinato de 58 detentos na segunda maior tragédia carcerária do Brasil

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 06/09/2024, às 15h30

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Covas no cemitério São Sebastião em Altamira, destinadas as vítimas do massacre - Reprodução/Estadão Conteúdo
Covas no cemitério São Sebastião em Altamira, destinadas as vítimas do massacre - Reprodução/Estadão Conteúdo

Teve início nesta quinta-feira, 5, na 3ª Vara do Júri do Fórum Criminal de Belém, o julgamento de Luziel Barbosa, um dos mandantes do Massacre do Presídio de Altamira, ocorrido em 2019. Este episódio, que resultou na morte de 62 detentos durante uma rebelião, é considerado a segunda maior tragédia carcerária na história do Brasil. Luziel é o primeiro dos cinco acusados a ser julgado, respondendo especificamente pela morte de 58 presos.

O julgamento, que deve se estender por três dias, ocorre de forma remota, com o acusado participando via videoconferência, pois ele se encontra detido em um presídio federal fora do estado do Pará. A decisão de realizar o julgamento em Belém, e não em Altamira ou Marabá, foi tomada pelo Ministério Público do Pará, devido à repercussão e à sensibilidade do caso nessas regiões.

Ao todo, 24 testemunhas foram convocadas pela defesa e pela acusação para depor durante o julgamento. A sessão foi aberta com o depoimento de um agente prisional que foi feito refém durante o massacre. O agente relatou que teve as mãos amarradas e foi encapuzado pelos detentos.

O massacre

O massacre ocorreu em 29 de julho de 2019, no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Pará, como resultado de um confronto brutal entre dois grupos criminosos, o Comando Classe A (CCA) e o Comando Vermelho (CV), que disputavam o controle do território dentro da unidade prisional.

Segundo o G1, das 58 vítimas, a maioria morreu por asfixia, enquanto 16 foram decapitadas. Os líderes do motim foram rapidamente transferidos para outras unidades prisionais, incluindo presídios federais, na tentativa de evitar novas tragédias.

No dia seguinte ao massacre, durante a transferência de detentos para Marabá, quatro presos foram assassinados dentro de um caminhão-cela, elevando o número total de mortos para 62. Posteriormente, os detentos sobreviventes foram transferidos para o Complexo Penitenciário de Vitória do Xingu, e a unidade de Altamira foi reformada, sendo atualmente destinada a presos provisórios.