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Notícias / Eagles

Manuscrito de 'Hotel California', dos Eagles, é alvo de disputa judicial

Julgamento de três homens acusados de conspirar para possuir e tentar vender manuscritos do clássico da década de 1970 começa nesta quarta-feira, 21; entenda!

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 20/02/2024, às 10h57

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The Eagles em 1976 - Divulgação: RB/Redferns
The Eagles em 1976 - Divulgação: RB/Redferns

Música mais icônica dos Eagles, Hotel California foi classificada pela Rolling Stone como a canção de número 49 em sua lista das "500 Melhores Músicas de Todos os Tempos". Lançada em 1977, a canção, agora, é alvo de um julgamento que começará na próxima quarta-feira, 21. 

Em um bloco amarelo pautado, Don Henley — com colaboração de Glenn Frey — anotou seus pensamentos sobre "uma estrada escura e deserta" e "um lugar encantador". O manuscrito acabou nas mãos de Glenn Horowitz, negociante de livros raros; Craig Inciardi, ex-curador do Rock & Roll Hall of Fame, e Edward Kosinski, vendedor de memorabilia.

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Segundo o The Guardian, o trio é acusado de conspirar e tentar vender o manuscrito de Hotel California, e outros sucessos dos Eagles, sem ter direitos para isso. 

A disputa

Horowitz, Inciardi e Kosinski se declararam inocentes e, segundo seus advogados, apontam que conseguiram os papéis por meio de um escritor que havia trabalhado com os Eagles. No entanto, o gabinete do procurador distrital de Manhattan afirma que os réus foram coniventes para ocultar a disputada propriedade dos documentos, mesmo sabendo que Henley disse que as páginas foram roubadas.

Geralmente, casos dessa natureza são resolvidos antes mesmo da disputa ir parar no tribunal, com acordos judiciais ou a própria devolução dos itens. "Se você puder evitar um processo entregando a coisa, a maioria das pessoas simplesmente a entrega", disse Travis McDade, professor de direito da Universidade de Illinois, ao periódico britânico. 

Neste caso, porém, mais de 80 páginas de rascunhos de letras do álbum de grande sucesso Hotel California, de 1976, estão em disputa — além da faixa-título, canções como 'Life in the Fast Lane' e 'New Kid in Town' também fazem parte do processo. O empresário da banda, Irving Azoff, chamou os documentos de "peças insubstituíveis da história musical".

Horowitz, Inciardi e Kosinski são acusados ​​de conspiração para posse de bens roubados e vários outros crimes. Embora não sejam acusados de roubarem os manuscritos de fato — aliás, não existe nenhuma acusação formal contra ninguém nesse quesito, apesar dos promotores ainda terem que estabelecer que os papéis foram roubados; algo que a defesa também discorda. 

O processo gira em torno das interações dos Eagles com Ed Sanders, escritor e cofundador da banda de rock de contracultura dos anos 1960, The Fugs. Sanders trabalhou no final dos anos 1970 e início dos anos 1980 em uma biografia autorizada dos Eagles que nunca foi publicada. Ele foi responsável por vender as páginas para Horowitz, que as repassou para Inciardi e Kosinski.

Em 2005, o escritor disse ao negociante de livros raros que enquanto trabalhava no livro sobre os Eagles, ele recebeu todos os papéis que desejava da casa de Henley em Malibu, California, segundo a acusação. Sete anos depois, a empresa de Kosinski ofereceu algumas dessas páginas em um leilão.

Foi então que os advogados de Henley iniciaram o processo. Horowitz, Inciardi e Sanders, em versões variadas, passaram a discutir a origem dos manuscritos. Em uma delas, Sanders disse que encontrou os papéis descartados em um camarim nos bastidores. 

Em outra, que os conseguiu por meio de um assistente de palco ou enquanto acumulava "muito material relacionado com aos Eagles de diversas pessoas". Há ainda a versão de que ele os obteve os documentos com Glenn Frey que "queria que isso desaparecesse de uma vez por todas". Isso teria sido dito em 2017, um ano depois da morte do músico. 

Kosinski teria garantido à casa de leilões Sotheby's que Don Henley "não tinha direito" sobre os papéis; uma forma de convencer a casa de leilões a vender parte dos documentos. Em 2016, um leilão do manuscrito de Hotel California chegou a ser iniciado, mas a Sotheby's suspendeu os lances após saber que a propriedade estava em disputa.