Logo depois do episódio trágico, os ancestrais de pássaros e mamíferos que sobreviveram adquiriram características distintas
Há mais de 250 milhões de anos, a mais severa extinção em massa da história varreu os animais da Terra. Agora, um novo estudo indica que a enorme onda de mortes no final do período Permiano pode ter influenciado a evolução de algumas espécies.
Conhecida como a Grande Morte, a intensa extinção matou, ao longo de milhares de anos, quase 96% das espécies marinhas do mundo, além de 70% das espécies de vertebrados terrestres que existiam. Tudo isso por um problema já conhecido.
Segundo cálculos da temperatura da água naquela época, o pico da grande extinção aconteceu enquanto a Terra passava por um violento aquecimento global. Nesse sentido, os oceanos equatoriais chegavam aos 40ºC — clima que, segundo a teoria mais aceita, foi causado pela queima maciça do carvão.
De todo esse contexto, apenas duas espécies sobreviveram à extinção: os sinapsídeos (ancestrais dos mamíferos) e os arcossauros (ancestrais dos pássaros). Depois do episódio, os animais do Triássico adquiriram diversas novas características.
Segundo o pesquisador Mike Benton, da Universidade de Bristol, isso aconteceu porque "quem sobreviveu [à extinção] dependeu de intensa competição em um mundo difícil". Assim, em uma forma de seleção natural, os animais se adaptaram.
Das espécies que sobreviveram, as espécies criaram penas e pelos e ainda alteraram completamente sua postura. A mudança mais expressiva, contudo, foi que os ancestrais de pássaros e mamíferos simplesmente tornaram-se espécies de sangue quente. Isso porque "todos tiveram que se tornar endotérmicos para sobreviver", explicou Benton.