Michelle Bachelet falou do cenário brasileiro em seu último discurso como chefe da ONU para os Direitos Humanos
A política chilena Michelle Bacheletestá finalizando nesta quinta-feira, 25, seu mandato como chefe dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Em seu discurso de despedida, a líder se mostrou preocupada com a situação brasileira.
Acho que existem muitas situações muito difíceis no Brasil agora sobre direitos humanos. Não só agora. Mas estou seriamente preocupada como informes de aumento da violência política, a manutenção do racismo estrutural e o encolhimento de espaço cívico", afirmou ela, conforme repercutido pelo UOL.
A representante das Nações Unidas ainda falou diretamente sobre o governo Bolsonaro, criticando as atitudes do presidente brasileiro em relação a algumas das estruturas importantes do Estado.
O presidente (Jair) Bolsonaro intensificou os ataques ao Judiciário e ao sistema eletrônico de voto, (...) e eu tenho que dizer, tendo sido já chefe de Estado, que um chefe de Estado deve respeitar outros poderes, o Judiciário, o Legislativo, e não ficar vociferando ataques contra outros, porque é essencial para um presidente da República assegurar a democracia", enfatizou Bachelet, que já foi presidente do Chile, segundo informações repercutidas pelo g1.
A política citou ainda um caso ocorrido no nosso país em julho, em que um policial federal bolsonarista, Jorge Guranho, assassinou um tesoureiro do PT, Marcelo Arruda.
Para Bachelet, o crime pode ser usado para que lembremos como é importante que líderes sejam "muito cuidadosos" com a linguagem que usam, para que essa não seja "utilizada em uma direção errada".
A chilena, que também já foi diretora da ONU Mulheres no passado, anunciou que não pretende concorrer para um segundo mandato no Alto Comissariado de Direitos Humanos.