Os eclesiásticos faziam parte da congregação Discípulos da Anunciação, que foi suspensa em dezembro, pelo Vaticano, diante de uma série de queixas e irregularidades
A Justiça italiana está investigando um grupo de nove padres e religiosos — de uma comunidade dissolvida do Vaticano — acusados de abusarem sexualmente de dois menores de idade na comuna de Prato, próxima a região de Florença.
Os eclesiásticos faziam parte da congregação Discípulos da Anunciação, que foi suspensa, em dezembro, pelo Vaticano, diante de uma série de queixas e irregularidades feitas por clérigos, vítimas e familiares.
Em entrevista coletiva realizada ontem, 29, o monsenhor Giovanni Nerbini, bispo de Prato, garantiu que colaborará com a Justiça italiana e até adiantou que já solicitou a abertura de uma investigação social.
A declaração de Nerbini corrobora com as novas normas canônicas que dão prioridade às vítimas. Em dezembro passado, o papa Francisco determinou a eliminação de segredo pontifício em casos de denúncias por abuso sexual. A medida busca acabar com o acobertamento desses casos e dar uma maior transparência à Igreja Católica.
"Não escondo minha dor e minha profunda preocupação e gostaria que as acusações não fossem verdadeiras. Mas a igreja de Prato quer saber a verdade antes de tudo. Portanto, espero que o judiciário, no interesse de todos, conclua as investigações o mais rápido possível", declarou Nerbini.
Os dois jovens, que são irmão, denunciaram a congregação afirmando que foram vítimas de abuso sexual quando eram menores de idade. Um dos acusados pelo ato é o padre Giglio Gilioli, de 73 anos, que fundou a comunidade há dez anos.