O apresentador Jô Soares faleceu nesta sexta-feira, 5, aos 84 anos
Jô Soares, que faleceu aos 84 anos, nesta sexta-feira, 5, nunca escondeu seu posicionamento contra a ditadura militar e a censura imposta no país na época do regime.
Porém, o que muitos não sabem é que o apresentador chegou a ser processado pelo então ministro da Justiça, Alfredo Buzaid, em 1969.
O motivo do processo foi o texto “A Cama”, publicado no jornal O Pasquim, que era de conteúdo satírico. Jô foi acusado de obscenidade, mas foi absolvido. O episódio foi retratado em sua autobiografia "O livro de Jô: Uma autobiografia desautorizada: Volume 2", lançada em 2018.
Quando falou sobre a obra, em entrevista concedida ao Globo, o artista foi questionado se via algum paralelo entre o contexto político do país naquele ano e a situação do Brasil sob o governo dos militares.
Quando respondeu, ele comentou sobre a falta de investimento na cultura. “A única coisa que me preocupa em tudo isso hoje, e não por mim, mas pelo país, é o descaso com a cultura”, afirmou.
No livro, Jô também cita a proximidade com o arcebispo Dom Hélder Câmara, que foi um defensor dos direitos humanos no período da ditadura: “Por causa dessa ligação com d. Hélder, ganhei uma segunda ficha nos prontuários da repressão do governo militar: ’Soares, Jô. Qualificação no DOPS, inderex: Elemento de TV, possui diploma de ministro extraordinário da Eucaristia, fornecido por d. Hélder Câmara'".
O apresentador faleceu na madrugada de hoje, 5, e o anúncio do óbito foi feito por sua ex-mulher, Flávia Pedra, e confirmada pela assessoria de imprensa do hospital que estava internado desde 28 de julho, o Hospital Sírio-Libanês. A causa da morte ainda não foi divulgada, de acordo com informações do portal Yahoo.
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