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Notícias / Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira

Indigenista e Jornalista estão desaparecidos há mais de 24 horas na Amazônia

Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips sofriam ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores

Luisa Alves, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 06/06/2022, às 15h21

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Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira - Divulgação/ Twitter e FUNAI
Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira - Divulgação/ Twitter e FUNAI

O brasileiro Bruno Araújo Pereira, indigenista servidor da FUNAI, e o inglês Dom Phillips, jornalista colaborador do 'The Guardian', estão há mais de 24 horas desaparecidos na Amazônia. A informação foi divulgada em nota pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), nesta segunda-feira, 6. 

De acordo com a nota, eles desapareceram no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, por onde passavam com o objetivo de fazer uma entrevista com indígenas próximo à localidade Lago do Jaburu. Eles faziam expedições juntos desde 2018, segundo o Guardian.

"Os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima à localidade chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da FUNAI no rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas", afirma a nota.

Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips foram vistos pela última vez no domingo, 5, quando chegaram à comunidade São Rafael às 6h. De lá, foram rumo à Atalaia do Norte, em embarcação nova, com 40 cavalos e 70 litros de gasolina. As informações são do G1.

Conforme informou a Unijava, Bruno Araújo foi coordenador Regional da Funai de Atalaia do Norte por anos e Dom Phillips, trabalhando em um livro sobre meio ambiente com apoio da Fundação Alicia Patterson, faz reportagens sobre o Brasil há mais 15 anos para veículos como 'Washington Post', 'New York Times' e 'Financial Times' e o jornal 'The Guardian'.

Ameaças

O indigenista Bruno Araújo Pereira era vítima de constantes ameaças por madeireiros, garimpeiros e pescadores.

Segundo divulgado pela Unijava, a equipe vinha recebendo ameaças em campo: "Enfatizamos que na semana do desaparecimento, conforme relatos dos colaboradores da Univaja, a equipe recebeu ameaças em campo. A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da Univaja, além de outros relatos já oficializados para a Policia Federal, ao Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International." . 

O desaparecimento dos dois está sendo investigado pela Polícia Federal que afirmou, em nota, que assim que disponíveis, novas informações serão divulgadas.