Ilhas sem população humana e que nunca realizaram transações comerciais com os EUA, foram incluídas na lista de territórios taxados anunciada pelo governo Trump
As ilhas Heard e McDonald, habitadas apenas por pinguins e que nunca realizaram transações comerciais com os Estados Unidos, foram incluídas na lista de territórios taxados anunciada ontem, quarta-feira, 2, pelo presidente Donald Trump.
Durante o anúncio, Trump explicou que a "taxação em massa" busca responder aos países que impõem tarifas aos produtos norte-americanos. A Casa Branca justificou a inclusão das ilhas afirmando que são territórios australianos, aplicando o valor mínimo de 10% — a mesma taxa imposta à Austrália e ao Brasil. A medida entra em vigor no dia 5 de abril.
Para visitar as ilhas Heard e McDonald, é preciso obter uma permissão especial da Austrália, e a viagem até lá, partindo do país, leva cerca de duas semanas, de acordo com o portal de notícias UOL.
Além dessas ilhas, outra região isolada também foi taxada: a ilha vulcânica de Jan Mayen, pertencente à Noruega. Habitadas por ursos polares e com apenas 18 moradores — todos pesquisadores ou militares que se revezam semestralmente —, as tarifas aplicadas à ilha foram de 15%, igualando-se às taxas impostas à própria Noruega.
Trump classificou o decreto como histórico, justificando o tarifaço como uma medida de reciprocidade contra países que, segundo ele, têm prejudicado a economia dos EUA com tarifas injustas e barreiras não monetárias. Em um discurso realizado nos jardins da Casa Branca, o presidente enfatizou que os Estados Unidos, por décadas, sofreram com restrições que dizimaram sua indústria. Agora, ele garante que chegou o momento de o país prosperar novamente, retomando o "sonho americano".
Trump também afirmou que as tarifas são "gentis" e poderiam ter sido muito mais altas, chamando-as de "tarifa recíproca descontada". Após o discurso, assinou duas ordens executivas para consolidar as novas políticas tarifárias.