Com ajuda da inteligência artificial, 'verdadeiro rosto de Jesus' foi recriado usando famoso artefato religioso, mas gerou polêmica nas redes sociais
Nas redes sociais, viralizou um vídeo feito por inteligência artificial que usou um famoso artefato religioso para revelar como seria a verdadeira aparência de Jesus Cristo. Mas, vale ressaltar, o resultado apresenta algumas polêmicas.
Para chegar no resultado, foram usadas fotos do Sudário de Turim, um tecido antigo que muitos acreditam ter sido usado para envolver o corpo de Jesus depois que ele morreu crucificado.
Assim, imagens do tecido foram inseridas no Midjourney, um gerador de imagens de IA, que criou uma imagem e vídeo realista de Cristo piscando, sorrindo e rezando — mostrando como ele deveria ser antes de morrer na cruz.
AI reveals 'true face of Jesus' based on the Turin Shroud ✞ pic.twitter.com/9JqGKvXsmU
— Creepy.org (@creepydotorg) April 7, 2025
O clipe foi postado no X, onde usuários trataram a reprodução como "o verdadeiro rosto de Jesus". Mas as coisas não são bem assim. Entenda!
A primeira grande polêmica do uso da ferramenta é que a inteligência artificial fez Jesus parecer branco, quando, na verdade, ele seria um homem do Oriente Médio. Portanto, com a pele mais escura.
Impossível, porque ele se parece comigo e eu sou norueguês", comentou um usuário do X na publicação.
Ao Daily Mail, a Dra. Meredith Warren, professora sênior de estudos bíblicos e religiosos na Universidade de Sheffield, já havia discutido que, embora Jesus tenha sido amplamente retratado como caucasiano, ele "teria pele morena, olhos castanhos, como a população local".
Assim, a especialista acredita que as melhores representações de como Jesus poderia ter sido vêm dos retratos de múmias egípcias. Como pinturas que foram feitas de homens que morreram entre 80 e 120 d.C. em uma parte do mundo semelhante à de Jesus. Conforme mostrados nas imagens abaixo.
Além disso, em 2015, o artista médico Richard Neave usou técnicas forenses para reconstruir o rosto de um homem judeu estudando crânios semitas; revelando um rosto largo, olhos escuros, barba espessa e cabelo curto e encaracolado, bem como uma pele bronzeada que poderia ser típica dos judeus da região da Galileia.
Apesar de ser apenas o retrato de um homem adulto que viveu na região na mesma época em que Jesus teria vivido, a reconstrução nos ajuda a ter uma ideia melhor das características que ele pode ter tido.
A imagem original de IA foi criada pelo Daily Express usando o Midjourney, uma IA generativa que permite aos usuários criar imagens realistas a partir de instruções de texto — como para recriar o rosto de Jesus a partir das marcas do Sudário.
O linho mostra um homem magro, com cabelos longos e escuros, barba e cortes e arranhões no rosto e no corpo.
Porém, vale ressaltar, o próprio Sudário é visto com muita controvérsia por pesquisadores, visto que alguns alegam que o tecido não foi realmente usado para cobrir o corpo de Jesus; conforme explica o pesquisador brasileiro Cicero Moraes em entrevista ao Aventuras. Leia aqui!
O Sudário está preservado desde 1578, na capela real da catedral de San Giovanni Battista, em Turim, Itália. As marcas no corpo também correspondem às feridas da crucificação de Jesus mencionadas na Bíblia, incluindo marcas de espinhos na cabeça, lacerações nas costas e hematomas nos ombros.
O tecido parece apresentar manchas amarronzadas, tanto na frente quanto na parte de trás, representando um homem magro, de olhos fundos, com cerca de 1,80 m de altura.
Segundo a Bíblia, por fim, depois que Jesus foi crucificado, José de Arimateia envolveu seu corpo em um pedaço de linho e o colocou dentro do túmulo.