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Notícias / Igreja

Igreja da Inglaterra discute uso de gênero neutro ao referenciar 'Deus'

Igreja discute explorar gênero neutro após pedido de clérigos por linguagem inclusiva em cultos

Éric Moreira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 13/02/2023, às 11h01

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Imagem ilustrativa com uma cruz - Foto por sspiehs3 pelo Pixabay
Imagem ilustrativa com uma cruz - Foto por sspiehs3 pelo Pixabay

A chamada Igreja da Inglaterra, onde funciona a matriz da Comunidade Anglicana, anunciou recentemente ter interesse em explorar outros termos para se referir à Deus, depois do pedido de alguns clérigos para a utilização de uma linguagem mais inclusiva nos cultos.

Isso porque a entidade sempre é referida no masculino, seja como 'Ele' ou 'Pai', e o domínio do gênero masculino já vem sendo debatido dentro de diversas religiões.

Segundo um porta-voz da igreja, como informado pelo G1, Deus não possui gênero para a doutrina cristã. Por isso, como a igreja pretende seguir lutando em questões como igualdade de gênero, o projeto de alteração de uso de termos ainda pode ser discutido por mais tempo.

Alguns relatos indicam que uma das possíveis trocas adotadas seria a substituição do termo 'Father' ('Pai') por 'Parent' (termo em inglês utilizado para se referir aos genitores de um indivíduo, sejam homens ou mulheres). No entanto, ainda existem outras propostas para ser utilizado o pronome feminino 'She' ('Ela'), ao se referir a Deus.

Projetos anteriores

Embora o conceito da adoção de pronomes de gênero neutro seja mais uma pauta atual, dentro das religiões de doutrina cristã, a discussão sobre o uso do termo feminino para a divindade já é mais antigo.

Hildegard de Bingen, por exemplo, foi uma respeitada abadessa (um importante cargo religioso) durante a Idade Média, e na época imaginou e retratou o que seria 'o lado feminino de Deus', tanto em sua arte quanto em seus manuscritos. Além dela, no ano 1300, a mística Juliana de Norwich também falou abertamente sobre o lado materno da entidade.

Já outras estudiosas feministas modernas, como Mary Daly e Joan Engelsman, alegavam que a ideia de um Deus em forma feminina foi eliminada da tradição cristã estrategicamente para perpetuar uma dominância masculina frente à feminina.