Pesquisadores investigaram a pegada de carbono das gerações de 32 países diferentes para chegar à conclusão
Um estudo publicado na revista científica Nature Climage Change no início deste mês de março analisou o quanto cada geração contribuía para a emissão de gases poluentes da atmosfera.
A descoberta dos cientistas, que compilou dados referentes aos cidadãos de 32 países diferentes, incluindo Estados Unidos, Japão, Austrália, Reino Unido e várias nações europeias, descobriu que pessoas acima de 60 anos são as maiores inimigas do clima ao redor do mundo.
"Os mais velhos costumavam ser econômicos. A geração que experimentou a Segunda Guerra Mundial foi cuidadosa com o consumo, mas os 'novos idosos’ são diferentes", relatou Edgar Hertwich, um dos envolvidos na pesquisa, através de um comunicado repercutido pela revista Galileu.
Os baby boomers [nascidos entre 1946 e 1964] têm padrões de consumo diferentes da 'geração quieta' que nasceu no período 1928-1945. Os idosos de hoje gastam mais dinheiro em imóveis e consomem mais energia e alimentos”, explicou ele.
De acordo com as descobertas dos especialistas, em 2005 as pessoas com mais de 60 anos contribuíam menos para o efeito estufa que aqueles na faixa de idade entre 45 e 59.
Já em 2015, a poluição desses dois grupos empatou — com a diferença de que baby boomers são mais numerosos, de forma que passaram a serem responsáveis por cerca de um terço de todas as emissões de carbono. Uma exceção ao caso é o Japão, onde idosos emitem metade de todo o carbono que polui a atmosfera.
Tendo essas estatísticas em vista, uma das preocupações despertadas pelo estudo é o fato de a população mundial estar envelhecendo, de forma que, se essa tendência se manter, nossos maiores poluidores irão apenas se multiplicar ao longo dos próximos anos.
“Mesmo que a renda diminua na aposentadoria, idosos de países mais desenvolvidos acumularam riquezas, principalmente no mercado de imóveis. Muitos viram um grande aumento no valor de suas propriedades, desse modo eles conseguem manter seu alto consumo – principalmente quando se trata de energia. Este não é o caso em todos os países, mas reflete o quadro geral", afirmou ainda Heran Zheng, outro envolvido na pesquisa.