Após casa de leilão anunciar venda de Bola de Ouro de Maradona de 1986, filhos do craque alegaram que troféu havia sido roubado da família
Na semana passada, a casa de leilões Aguttes anunciou que a Bola de Ouro conquistada por Diego Maradona em 1986, após participação histórica na Copa do Mundo do mesmo ano, iria a leilão em junho.
Nesta terça-feira, 14, porém, os herdeiros de Maradona afirmaram que abrirão uma ação judicial para tentar impedir o leilão, segundo informou o advogado da família à Associated Press.
O troféu Bola de Ouro que premia o melhor jogador do torneio estava desaparecido há décadas, depois de ter sumido em circunstâncias pouco claras e só recentemente ressurgido.
Maradona, que morreu em 2020, aos 60 anos, foi o capitão da Argentina na vitória por 3 a 2 sobre a Alemanha Ocidental na final de 1986, na Cidade do México. Antes disso, nas quartas de final, ele já havia sido protagonista diante da Inglaterra na vitória por 2x1, onde fez o chamado gol da “Mão de Deus” e o “Gol do Século”.
Segundo o NY Post, os herdeiros de Maradona afirmaram que o troféu foi roubado e apontam que seu atual proprietário não possui o direito de vendê-lo. O advogado Gilles Moreu disse que fará um pedido urgente ao presidente do tribunal judicial de Nanterre, perto de Paris, para que a Bola de Ouro seja retirada do leilão.
Em entrevista à AP, Moreu disse que solicitará a retenção da Bola de Ouro, além de apresentar uma queixa por furto e ocultação. A casa de leilão alega que o troféu reapareceu em 2016 entre outros lotes adquiridos de uma coleção particular em leilão em Paris.
Especula-se que a Bola de Ouro tenha se perdido durante um jogo de pôquer ou vendida para pagar dívidas, disse a Aguttes. Porém, outras fontes alegam que Maradona guardou o troféu num cofre de um banco em Nápoles, mas que o prêmio foi roubado por gangsteres locais em 1989 — quando ele ainda defendia o time da cidade. Os herdeiros do eterno camisa 10 acreditam nessa hipótese.
Moreu, que representa duas filhas de Maradona, afirma que os herdeiros só recentemente descobriram que o troféu havia sido roubado. O advogado ainda alega que a família quer que a venda seja proibida, por acreditar que o prêmio ainda pertence a eles.
A casa de leilões, por sua vez, argumenta que a pessoa que comprou o troféu, anos atrás, não sabia que ele havia sido roubado. A expectativa é que o item “alcance milhões devido à sua singularidade”.