Descoberta em caverna espanhola revela que os neandertais criaram arte rupestre há mais de 66.000 anos, desafiando noções já conhecidas
Uma nova descoberta arqueológica na Caverna Maltravieso, na Espanha, está reescrevendo a história da arte e da cognição humana. Pesquisadores da Universidade de Southampton e instituições colaboradoras dataram estênceis de mão na caverna em mais de 66.000 anos, sugerindo que os neandertais, e não os humanos modernos, foram os primeiros artistas do mundo.
Utilizando a técnica de datação por urânio-tório, os cientistas analisaram crostas de carbonato de cálcio que se formaram sobre os estênceis. Essa metodologia permitiu determinar a idade mínima das pinturas, revelando que os neandertais criaram essas obras de arte há pelo menos 66.700 anos.
A descoberta em Maltravieso corrobora estudos anteriores realizados em outras cavernas espanholas, como La Pasiega, que indicaram a criação de arte simbólica pelos neandertais há mais de 64.800 anos. Essas evidências desafiam a noção prévia de que a expressão artística e o pensamento simbólico eram exclusivos dos humanos modernos.
Essa descoberta desafia estereótipos sobre os neandertais, que eram frequentemente retratados como brutos e menos inteligentes que os humanos modernos. Ela demonstra que os neandertais eram capazes de comportamentos complexos e criativos, e que a evolução cultural não foi um processo linear e exclusivo dos humanos modernos.
Segundo o 'Archaeology News', apesar dessa descoberta revolucionária, ainda há muito a ser descoberto sobre a arte neandertal. Por exemplo, o significado simbólico das pinturas ainda é um mistério, e os pesquisadores continuam investigando se existiam diferentes estilos artísticos entre os grupos neandertais.
Confira o estudo completo publicado recentemente no Journal of Archaeological Science: Reports.