Execução está marcada para esta quinta-feira, 17, mas grupo alega erro no julgamento e afirma que condenado é inocente; entenda!
Robert Roberson, um texano de 57 anos condenado à morte pelo assassinato de sua filha de dois anos, tem sua execução marcada para quinta-feira, 17. No entanto, advogados, políticos, médicos e até um ex-detetive que trabalhou no caso contestam a condenação, alegando que ela foi baseada em evidências científicas falhas.
Em 2002, Roberson levou a filha, Nikki Curtis, ao hospital, afirmando que ela estava inconsciente e com os lábios azulados. Na época, os médicos suspeitaram da versão de que a criança havia caído da cama e alguns testemunharam no julgamento que seus sintomas correspondiam a um trauma abusivo na cabeça.
De acordo com o portal de notícias G1, um grupo de 86 pessoas, incluindo políticos e especialistas, enviou uma carta à Comissão de Indultos e Liberdade Condicional do Texas, argumentando que a menina sofria de uma pneumonia grave não diagnosticada, que poderia explicar as lesões e sintomas observados. O grupo sugere que a morte ocorreu devido à progressão da doença, agravada por medicamentos que dificultaram sua respiração.
A defesa de Roberson aponta que, na época, havia uma tendência entre médicos de associar automaticamente certos sintomas à síndrome do bebê sacudido, desconsiderando a possibilidade de causas alternativas, como pneumonia ou quedas.
O caso de Roberson já passou por uma revisão em 2022, mas um juiz rejeitou a teoria da pneumonia como causa da morte. Em 2016, a execução havia sido suspensa pela Corte de Apelações Criminais do Texas, mas em 2023 o tribunal autorizou a retomada do processo, resultando na nova data de execução.
A controvérsia reacendeu debates sobre a síndrome do bebê sacudido, com defensores de Roberson e especialistas sugerindo que diagnósticos incorretos dessa condição têm levado a condenações injustas. Em contraste, promotores e outros médicos insistem que o diagnóstico é cientificamente válido.
Brian Wharton, ex-chefe de detetives envolvido na acusação, assinou a petição por clemência e agora acredita que Robersoné inocente. Ele visitou Roberson no corredor da morte e se arrepende de seu papel no caso, afirmando que seu entendimento atual dos fatos o convenceu de que houve um erro.
Legisladores também se mobilizaram em favor de Roberson. A deputada Lacey Hull e outros políticos visitaram o condenado recentemente, expressando preocupação com a possibilidade de erro judicial. Para Hull, a execução deveria ser suspensa caso exista qualquer dúvida quanto à culpa do réu.
No Texas, o governador pode suspender a execução por 30 dias, uma única vez, mas a clemência completa depende de uma recomendação da Comissão de Indultos e Liberdade Condicional. Essa concessão é rara: desde 2015, o governador Greg Abbott só concedeu clemência em um caso. A comissão se recusou a comentar sobre o caso de Roberson, enquanto o gabinete do governador não respondeu às consultas sobre a situação.