Após anos sem contato com humanos, os animais, outrora domesticados, passaram a agir de maneira interessante
Uma pesquisa publicada no final de janeiro deste ano observou um comportamento curioso que tem sido apresentado pelos rebanhos de bois e vacas abandonados na Zona de Exclusão de Chernobyl — isto é, a área que, por conta dos altos níveis de radiação permanece vazia até segunda ordem.
As informações foram divulgadas na conta do Facebook do grupo de pesquisadores que observa os animais desde 2017 e repercutidas pelo Clarín.
Isso porque os animais foram deixados para sobreviver por conta própria nesse ambiente após a morte de seus antigos proprietários, que moravam numa das aldeias da região, e passaram a agir como animais silvestres.
Diferente de como acontece nos rebanhos domesticados pelo homem, o gado de Chernobyl possui uma hierarquia de papeis bem definidos, e se utiliza de estratégias comuns entre espécies selvagens para defender seus filhotes, os bezerros.
Um dos bois, que é em geral mais velho e também mais forte, exerce uma posição de macho alfa, assumindo a função de proteger o restante do grupo — o que inclui outros machos mais jovens, contanto que esses não disputem com ele pela liderança.
Outro detalhe é que os animais estão também perfeitamente adaptados ao inverno rigoroso da região.
Em 26 de abril de 1986, quando o reator número quatro da Usina Nuclear de Chernobyl explodiu, na Ucrânia, os arredores do local nunca mais foram os mesmos — afinal a radiação do desastre foi lançada em uma quantidade terrível, que equivale a de 400 vezes a da bomba de Hiroshima.
O saldo resultante ultrapassou cerca de 90 mil mortos, se forem incluídas as mortes diretas ou indiretas do acidente. Não por acaso, resquícios das substâncias letais ainda pairam no ar até hoje.