Experimento realizado a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) já mostrou resultados favoráveis
Uma nova pesquisa feita na Estação Espacial Internacional (ISS) mostrou que os fungos que crescem próximos ao local do acidente nuclear de Chernobyl podem ter grandes vantagens para os astronautas. Em especial, eles poderão ser usados para protegê-los de raios cósmicos durante viagens até Marte (previstas para 2033) ou em bases na Lua (2024 pra frente).
Os fungos de Chernobyl, Cryptococcus neoformans, segundo a NASA, são radiotróficos, ou seja, possuem capacidade de absorver os raios danosos à saúde humana. O perigo é que quando partículas espaciais elementares, como prótons e núcleos atômicos, agem no organismo humano, isso pode causar danos no DNA. Mutações como vários tipos de câncer e danos em equipamentos eletrônicos das naves são assim possíveis.
Para resolver essa questão, os pesquisadores americanos das universidades Johns Hopkins e Stanford enviaram amostras do fungo até a ISS. Constataram que uma fina camada fúngica de 2 mm de espessura já foi capaz de absorver 2% dos raios cósmicos que a alcançaram.
Visto esse resultado favorável, bastará apenas uma camada de 21 cm de espessura para proteger os astronautas que irão até Marte. Uma possibilidade estudada é misturar o fungo aos trajes espaciais para garantir caminhadas seguras no espaço.
"O que torna este fungo tão interessante é que você só precisa de alguns gramas para começar", afirmou em comunicado o co-autor da descoberta, Nils Averesch. "Ele se autorreplica e se repara sozinho, então mesmo que uma tempestade solar danifique significativamente o escudo [de fungo], ele crescerá de volta em alguns dias".