Experimento envolvendo camundongos com neurônios de rato pode auxiliar no avanço da ciência; entenda!
Pesquisadores da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, criaram recentemente uma notável inovação na área da neurociência. Registrado em um artigo no periódico Cell nesta quinta-feira, 25, o experimento envolve camundongos com cérebros híbridos, apresentando um sistema nervoso central composto por uma combinação estrutural de rato e camundongo.
Esses roedores desenvolvidos pelos pesquisadores são essencialmente camundongos, porém possuem a capacidade de perceber odores do ambiente utilizando neurônios de rato. Esse feito inovador marca a primeira vez em que um animal utiliza o sistema sensorial de outro para interpretar e reagir com precisão ao mundo ao seu redor.
Os cérebros híbridos também abrem caminho para uma compreensão mais profunda das doenças cerebrais. Kristin Baldwin, líder do estudo e professora de genética e desenvolvimento na Faculdade de Médicos e Cirurgiões da Universidade Columbia, destacou a importância desse avanço em um comunicado.
Esta pesquisa está começando a nos mostrar como podemos expandir a flexibilidade de um cérebro para que ele possa acomodar outros tipos de entradas, de interfaces homem-máquina ou células-tronco transplantadas", declarou, segundo o portal Galileu.
"Agora, os pesquisadores estão transplantando células-tronco e neurônios em pessoas com Parkinson e epilepsia. Mas não entendemos realmente quão bem isso funcionará", disse a pesquisadora, que complementou: “Com modelos cerebrais híbridos, podemos começar a obter algumas respostas e num ritmo mais rápido do que um ensaio clínico".
A equipe de pesquisa utilizou uma técnica denominada complementação de blastocisto, que envolve a introdução de células-tronco de rato em blastocistos de camundongos durante as primeiras horas do desenvolvimento após a fertilização.
Posteriormente, os pesquisadores mapearam a distribuição dos neurônios de rato no cérebro dos camundongos recém-criados. Baldwin expressou surpresa ao constatar a presença de células de rato em praticamente todo o cérebro dos camundongos.
Os resultados indicaram que os neurônios de rato foram capazes de restaurar o sentido do olfato nos camundongos, conforme demonstrado ao esconder um biscoito em cada gaiola e observar a habilidade dos animais em localizar o alimento utilizando esses neurônios específicos.
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