38 esqueletos foram encontrados em assentamento neolítico da Eslováquia; quase todos sem cabeça
Em uma vala de um assentamento arqueológico do período neolítico na Eslováquia, 38 esqueletos humanos foram identificados. A descoberta surpreende devido a um aspecto peculiar dos restos mortais ali achados: desses 38, todos, com exceção de uma criança, estavam sem a cabeça.
A descoberta foi realizada por pesquisadores da Universidade de Kiel, da Alemanha, e divulgada em comunicado no último dia 12 de janeiro. Segundo eles, ainda no ano passado já haviam sido descobertos alguns esqueletos sem cabeça no local, o assentamento Vráble-Ve'lke Lehemby, mas nunca tantos em uma mesma vala.
Como informado pela Revista Galileu, o sítio arqueológico é datado do período Neolítico Inferior (5.250 – 4.950 a.C.), sendo um dos maiores da época localizados na Europa Central.
Lá, além dos corpos, diversos artefatos associados às antigas culturas também foram encontrados, sem contar que até 80 moradias eram habitadas simultaneamente no local, o que sugere uma grandedensidade populacional.
Conforme as informações divulgadas pelos pesquisadores, os restos mortais encontrados em Vráble-Ve'lke Lehemby não foram enterrados de forma cuidadosa ou ritualística.
Alguns estavam em cima de outros, ou mesmo lado a lado, de bruços, agachados de lado ou até de costas; ou seja, a posição indica que, possivelmente, os corpos foram apenas jogados na vala, mas ainda intriga os pesquisadores o fato de as cabeças serem arrancadas.
Em valas comuns com posicionamento incerto, a identificação de um indivíduo geralmente é baseada no crânio, portanto, para nós, a descoberta deste ano representa uma situação de escavação particularmente desafiadora", explica Martin Furholt, um dos líderes do projeto.
Logo, duas hipóteses foram levantadas para a descoberta: ou os indivíduos ali enterrados foram brutalmente decapitados, ou tiveram suas cabeças removidas posteriormente às suas mortes (talvez até mesmo já decompostos). Porém, o pesquisador aponta que é mais plausível que a segunda hipótese esteja correta.
"Em alguns esqueletos, a primeira vértebra cervical é preservada, indicando a remoção cuidadosa da cabeça, em vez da decapitação no sentido violento e implacável — porém todas essas são observações muito preliminares que precisam ser confirmadas com mais consideração", aponta Katharina Fuchs, arqueóloga da Universidade de Kiel.
As possibilidades são muitas e é importante permanecer aberto a novas e deslumbrantes ideias. Mas é indiscutível que esse achado é absolutamente único para o Neolítico europeu até agora", conclui Maria Wunderlich, uma das líderes do projeto.