Pesquisadores apontam que espécie de formiga preservada em âmbar já é extinta e nunca foi documentada
Uma equipe de cientistas descobriu, preservados dentro de âmbar — tipo de resina vegetal que se solidifica e preserva diversos fósseis e espécies extintas — encontrados na Etiópia, 13 indivíduos de uma espécie nunca antes catalogada de formigas. A descoberta foi publicada na edição da última quinta-feira, 1, da revista científica Insects.
A nova espécie — e gênero — foi nomeada Desyopone hereon gen. et sp. nov, em homenagem às duas instituições envolvidas no projeto de pesquisa: o German Electron Synchrotron (DESY) e o Helmholtz-Zentrum Hereon, ambos da Alemanha, como informado pela Revista Galileu.
Segundo Brendon Boudinot, um dos autores da pesquisa, algumas características físicas dos espécimes descobertos puderam ajudar a determinar seu grupo: Ponerinae, caracterizado principalmente por formigas predadoras. "Por esse motivo, atribuímos as novas espécies e gênero a essa subfamília, embora tenha uma aparência única, já que a cintura longa e o abdômen sem contração são mais reminiscentes dos Aneuretinae", explica o estudioso em comunicado.
Além do mais, a nova descoberta possibilita uma compreensão maior da perspectiva dos machos dentro da pesquisa evolutiva. Isso se faz relevante porque, segundo Boudinot, como os machos possuem padrões físicos muito diferentes das formigas operárias — todas fêmeas —, eles foram negligenciados pela ciência por muito tempo.
Observações apontam que a mandíbula dos machos da nova espécie descoberta, por sua vez, possuem um padrão fundamental que pode auxiliar a compreender o padrão evolutivo da espécie como um todo.
Nossos resultados não apenas atualizam a literatura sobre a identificação de formigas machos, mas também mostram que, ao entender as características específicas dos machos, como a forma específica da mandíbula nesse sexo, podemos aprender mais sobre os padrões evolutivos das formigas fêmeas", finaliza o autor do estudo.
Além disso, os cientistas ainda puderam concluir que as formigas são datadas do início do período Mioceno, tendo entre 16 e 23 milhões de anos de idade. A constatação foi possível a partir da análise dos palinomorfos fósseis — espóros e pólen — presos no âmbar.
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