Arqueólogos encontraram vestígios de THC em braseiros de um sítio chinês. É a evidência mais antiga do uso recreativo da planta
Arqueólogos encontraram provas do uso do cigarro de maconha em tempos muito anteriores aos nossos. Foram desenterrados 10 queimadores de incenso ao lado do enterramento de 8 corpos humanos no cemitério Jirzankal, na China, com braseiros que continham altos níveis de THC, substância canábica. A nova descoberta aponta o uso da planta pelas propriedades psicoativas há, pelo menos, 2.500 anos.
Já era de conhecimento dos pesquisadores o cultivo da cannabis na China desde 3.500 a.C., mas até onde se sabia, eram cultivadas culturas fibrosas, com pouco poder psicoativo e útil para a produção de papéis e placas.
O uso recreativo é completamente diferente da planta em si. A cannabis encontrada nos braseiros aponta para esse uso: existe a seleção intencional de uma variedade da maconha com alta capacidade psicoativa.
O sítio em que a descoberta foi realizada – Cemitério Jirzankal – é escavado desde 2013 por arqueólogos chineses. Na determinação do produto contido nos objetos, foi feita uma análise por cromatografia gasosa, que destacou a presença de biomarcadores como CBN, CBD e CBL (canabinóides), que apontam a presença do THC, que pouco se conserva.
Um tema que instiga os pesquisadores envolve a origem dos psicoativos da planta utilizada. A cannabis silvestre possui baixos níveis de THC. Então de onde viria o elemento da variedade fumada pelos chineses?
Alguns pesquisadores indicam que os chineses poderiam ter encontrado uma variedade natural específica com muitos canabinoides e a partir dela, criado plantações.
Outra hipótese levanta o fato de que, o caso recém-descoberto, trata-se de um topo de montanha a mais de 3000 metros acima do nível do mar.
Nesse ambiente, é possível que as plantas de maconha – que exige calor e umidade - tenham sido obrigadas a lidar com uma série de fatores que tenham estimulado o desenvolvimento das propriedades psicoativas nas estruturas centrais e, principalmente, nas flores da planta. Isso explicaria os altos índices de THC nas amostras chinesas.