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Notícias / Política

Empresário paranaense que coagiu funcionários a votar em Bolsonaro será investigado

Em vídeo que circula nas redes sociais, Maurício Lopes Fernandes Júnior aparece oferecendo dinheiro para quem votar no atual presidente

Redação Publicado em 05/10/2022, às 12h28

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Reunião com o empresário Maurício Lopes Fernandes Júnior - Reprodução/Video
Reunião com o empresário Maurício Lopes Fernandes Júnior - Reprodução/Video

O Ministério Público do Paraná informou ter aberto um inquérito para avaliar um vídeo que circula nas redes sociais. Nas imagens, um empresário do ramo das cerâmicas, que atua em São Miguel do Guamá, no nordeste do estado, aparece coagindo funcionários para votarem em Jair Bolsonaro

As imagens, que viralizaram nas redes, mostram Maurício Lopes Fernandes Júnior no pátio de um de seus estabelecimentos. Ele diz aos trabalhadores “que se o candidato Lula for eleito, as empresas vão fechar e as três indústrias cerâmicas de sua propriedade vão junto”.

"Eu sei que nem todo mundo é Lula aqui. Não sei se tá dividido metade com metade. Só sei que a gente tem que se unir para que Lula não ganhe. Sabe por quê? Porque se Lula ganhar, vocês podem ter certeza que mais da metade das cerâmicas de São Miguel vai fechar. Eu sou um que se ele ganhar, eu vou fechar as três cerâmicas que eu tenho porque ninguém vai aguentar o pepino que vem", aponta. 

Para tentar reverter tal cenário, conforme aponta matéria do G1, Lopes Fernandes chega a oferecer dinheiro para quem votar no atual presidente. Para ter um controle, o empresário aponta que fará uma lista com o nome dos trabalhadores que se juntarem a ele, independente de terem carteira assinada ou não. 

"Então eu tenho uma proposta pra fazer para todo mundo: Gleidsson vai pegar o nome de vocês, de todo mundo, tanto faz fichado, carteira assinada, sem carteira, carregador de caminhão, motorista de caminhão, todo mundo que tiver aqui ouvindo, quem quiser dar o nome, e se o presidente ganhar eleição, cada um vai ter R$ 200 no bolso logo no outro dia de manhã. Tá bom, pessoal?", termina. 

As investigações

O Ministério Público, através de uma nota oficial, declarou que já tomou medidas providenciais inicias e, ainda, enviou um ofício para a Polícia Federal. O órgão investigará os crimes previstos nos artigos 299 e 301 do Código Eleitoral. 

O primeiro artigo, que prevê pena de reclusão de até quatro anos, além do pagamento de cinco a quinze dias-multa, aponta que é crime “dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita”.

Já o artigo 301, que possui a mesma pena do 299, aponta que é crime “usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos”.