O patrocínio de R$ 300 milhões foi anunciado em meio a uma crise nacional que afeta o fornecimento de energia para a população
Na última terça-feira, 7, o conselho de turismo do governo da África do Sul emitiu um comunicado se retratando a respeito do plano de patrocínio do Tottenham Hotspur, clube da Premier League inglesa, que gerou indignação na população devido à situação de crise do país. O acordo, aprovado condicionalmente, é de cerca de US$ 58 milhões (R$ 300 milhões).
Segundo informações da CNN, Lindiwe Sisulu, ministra do Turismo, declarou em nota que vai “encerrar o negócio”. As negociações com um dos times mais ricos do futebol da Inglaterra vieram em meio a um colapso de energia na região sul-africana, que impacta em diversos setores, como saúde e segurança.
Conforme a South African Tourism (SAT), a ideia do patrocínio tinha como objetivo “converter torcedores e espectadores em turistas” e, consequentemente, movimentar a economia local. Em comunicado, o diretor-executivo interno da organização, Themba Khumalo, ressaltou:
Não podemos continuar com os negócios como sempre, porque isso não trará os resultados desejados. É por isso que estamos contemplando uma parceria desta escala com o Tottenham, para realmente nos ajudar a mudar o controle de nossas chegadas de turistas".
Em 2018, autoridades de Ruanda iniciaram um patrocínio com o Arsenal, equipe de Londres, que, de acordo com dados publicados, foi convertido em 8% de aumento nas procuras por atividades turísticas.
Em entrevista, Kieran Maguire, especialista em futebol financeiro, explicou que as parcerias entre governos e clubes são complexas e difíceis de atingirem o sucesso.
Você pode ver os benefícios para o clube de futebol porque eles recebem dinheiro. Em termos de benefícios para os países, nem tanto. Tentar vincular campanhas de marketing individuais a um nível de sucesso de maneira mensurável é sempre difícil".