O dono do Twitter realizou publicação que gerou polêmica na rede social ao ser associada a grupo de extrema-direita
Na noite da última segunda-feira, 12, o dono do Twitter, o bilionário Elon Musk, realizou uma publicação na rede social que acabou sendo motivo de polêmica.
A publicação, que continha apenas a palavra "siga" acompanhada de um emoji de coelho, foi associada ao grupo de extrema-direita QAnon, que tem o animal em questão como símbolo.
Retirada do livro de Lewis Carroll "Alice no País das Maravilhas", a frase "siga o coelho branco" foi utilizada em diversas ocasiões na cultura popular. No entanto, desde 2018, ela vem sendo usada pela organização extremista, conforme informações do portal Vice.
Conhecido por disseminar teorias conspiratórias, como a de que o ex-presidente Donald Trumpteria travado uma guerra secreta contra uma rede global de exploração sexual infantil, o QAnon também esteve envolvido com caso da invasão do Capitólio, ocorrida em 6 de janeiro de 2021.
Follow 🐰
— Elon Musk (@elonmusk) December 13, 2022
No Twitter, a cientista comportamental Caroline Orr Bueno, quem é especializada em desinformação, segurança cognitiva, comunicação mediada e crises, explicou o motivo pelo qual a publicação de Musk é problemática.
“Os fãs do QAnon definitivamente notaram o tuíte ‘siga o coelho branco’ de Elon Musk e já começaram a conectá-lo a adrenochrome, Podesta, Hillary Clinton, tráfico de crianças, Arábia Saudita e muito mais”, escreveu Bueno, que afirmou que o bilionário estaria “explicitamente encorajando seus 120 milhões de seguidores” a “juntarem-se a um movimento de terrorismo doméstico”.
Yeah so QAnon fans have definitely noticed Elon Musk’s “follow the white rabbit” tweet and have already started connecting it to adrenochrome, Podesta, Hillary Clinton, child trafficking, Saudi Arabia, & more.
— Caroline Orr Bueno, Ph.D (@RVAwonk) December 13, 2022
“The storm is ramping up…” pic.twitter.com/wksXAmM6Pd
A revista destacou que até mesmo Bueno chegou a ser acusada de criar uma teoria da conspiração por alguns usuários. Ela, no entanto, alegou que o empresário sul-africano poderia ter se explicado caso o post não fizesse referência ao grupo.
A cientista também destacou que “o objetivo dos memes é transmitir uma mensagem mantendo a negação plausível. A ambiguidade é o fator-chave. O uso de imagens e linguagens cômicas é o que permite que os maus atores e redes organizem a violência por trás do véu do humor e da negação plausível”.
Those responses are literally proving the point they’re trying to deny: There’s a huge group of people out there who are willing to bend reality based on what Elon Musk tweets and what they think Elon Musk wants them to do. That will never lead to a good outcome.
— Caroline Orr Bueno, Ph.D (@RVAwonk) December 13, 2022