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‘Deus in Machina’: Igreja na Suíça usa IA para fiéis 'conversarem com Jesus'

O projeto, chamado "Deus in Machina", permitiu que centenas de visitantes interagissem com uma imagem de Jesus no confessionário

Redação Publicado em 22/11/2024, às 09h28

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Imagem de Jesus gerada por IA pelo projeto - Reprodução
Imagem de Jesus gerada por IA pelo projeto - Reprodução

Uma igreja na cidade de Lucerna, na Suíça, transformou sua tradicional Capela de São Pedro em palco para a inovação tecnológica, instalando um avatar de Jesus com inteligência artificial (IA), capaz de dialogar em 100 idiomas. 

O projeto, chamado "Deus in Machina", foi lançado em agosto como parte de uma colaboração com um laboratório universitário local. A iniciativa permitiu que visitantes interagissem com uma imagem de Jesus no confessionário, onde o espaço foi adaptado para comportar um computador e cabos.

“Foi realmente um experimento. Queríamos ver e entender como as pessoas reagem a um Jesus IA. Sobre o que elas conversariam com ele? Haveria interesse em conversar com ele? Provavelmente somos pioneiros nisso”, disse o teólogo da igreja, Marco Schmid, em entrevista ao The Guardian.

Schmid contou que “houve uma discussão sobre que tipo de avatar seria – um teólogo, uma pessoa ou um santo", mas que então perceberam que "a melhor figura seria o próprio Jesus”.

Durante o experimento de dois meses, mais de mil pessoas participaram, incluindo turistas de diversas nacionalidades. O programa de IA foi treinado a partir de textos teológicos, e os visitantes foram convidados a fazer perguntas a uma imagem de Jesus transmitida por uma tela de treliça. 

As pessoas foram aconselhadas a não revelar nenhuma informação pessoal e confirmar que sabiam que estavam se envolvendo com o avatar por sua conta e risco. “Não é uma confissão. Não pretendemos imitar uma confissão”, ressaltou Schmid

Resultados

Segundo o teólogo, as conversas com o avatar geraram impressões mistas: dois terços dos usuários relataram uma experiência espiritual positiva, enquanto outros criticaram respostas banais ou a ideia de falar com uma máquina.

Acho que há uma sede de falar com Jesus. As pessoas querem ter uma resposta: elas querem palavras e ouvir o que ele está dizendo. Acho que esse é um elemento disso. Então, é claro, há a curiosidade disso. Elas querem ver o que é isso”, pontuou. 

Além disso, Schmid destacou o risco envolvido, especialmente por confiar na IA para evitar respostas inadequadas; ele afirmou que o avatar não seria instalado permanentemente.

“É uma ferramenta realmente fácil e acessível, onde você pode falar sobre religião, sobre cristianismo, sobre fé cristã. No entanto, colocar um Jesus assim permanentemente, eu não faria isso. Porque a responsabilidade seria muito grande", disse.