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Notícias / Biologia

Descoberta sobre cérebros de espinossauros surpreende cientistas; entenda

O cérebro desses terópodes difere do que se esperava pelos hábitos semiaquáticos deles

Redação Publicado em 17/02/2023, às 15h41

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Representação artística do espinossauro Ceratosuchops e a reconstrução digital de seu cérebro - Divulgação / Anthony Hutchings
Representação artística do espinossauro Ceratosuchops e a reconstrução digital de seu cérebro - Divulgação / Anthony Hutchings

Os espinossauros eram terópodes (como o tiranossauro e o alossauro) carnívoros que viviam uma vida semiaquática. Eles tinham longas mandíbulas, semelhantes às dos crocodilos de hoje, com dentes cônicos. Eles andaram pela Terra há 125 milhões de anos.

Dois crânios de espinossauros que são conhecidos foram escaneados por cientistas para realizar uma reconstrução digital dos cérebros e das orelhas internas dos animais pré-históricos. A pesquisa com os resultados dessa empreitada foi publicada no periódico científico Journal of Anatomy

Os espinossauros escaneados foram dois espécimes britânicos: o Baryonyx, de Surrey, e o Ceratosuchops, da Ilha de Wight. Os autores do estudo, ligados à Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, e à Universidade de Southampton, na Inglaterra, se surpreenderam com os modelos digitais, que mostram cérebros ‘não especializados’.

Cérebros ‘não especializados’

Os espinossauros usavam suas adaptações especiais que permitiam a vida semiaquática para viver nas margens de rios, procurando por presas como peixes grandes. Com as reconstruções digitais realizadas, os pesquisadores puderam perceber que os bulbos olfativos do Baryonyx e do Ceratosuchops não eram muito desenvolvidos. Essas zonas do cérebro são as responsáveis por processar os cheiros.

Além disso, a audição desses espinossauros provavelmente não era das melhores, já que seus ouvidos estavam provavelmente sintonizados com sons de baixa frequência. As partes do cérebro envolvidas em manter a cabeça estável e o olhar fixo na presa também eram provavelmente menos desenvolvidas nesses terópodes britânicos do que em espinossauros posteriores.

Isso surpreendeu os pesquisadores, porque os crânios dos espinossauros são especializados para a captura de peixes, mas, como um dos autores do estudo, Darren Naish, explicou em um comunicado, os cérebros não acompanham essa tendência, com seu estilo de vida semiaquático não se refletindo na organização de seu cérebro.

Uma das razões que pode estar por trás da desorganização do cérebro desses espinossauros é o fato de que os ancestrais terópodes já tinham um sistema nervoso central e adaptações sensoriais específicas para capturar peixes. Herdando isso, os espinossauros não precisariam de tanta especialização para uma vida semiaquática, só focinho e dentes diferentes.