Classificado como 'santuário viral' por pesquisadores da UFMG, a pesquisa chama atenção pelo órgão imunossuprimido
Um grupo de pesquisadores do departamento de morfologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), publicou um estudo revelando que os testículos podem ser uma espécie de 'porto seguro' da presença do Sars-Cov-2 no corpo humano.
Classificado como 'santuário viral' pelos autores, os órgão propiciam um ambiente imunossuprimido, possibilitando um período de permanência maior do coronavírus no corpo. O estudo observou em amostra que, bem diferente da constatação de que o vírus deixa de ser detectado em cerca de 10 dias, a presença dele nos testículos estava ativo mesmo depois de 25 dias de isolamento.
Um dos autores do estudo, o professor Guilherme Mattos Jardim Costa, foi entrevistado pelo portal de notícias G1, explicou que, ao preservar o vírus no ambiente, as células de defesa não o atacam, retardando o processo de recuperação. Além disso, o vírus provoca alterações nos testículos como a fibrose e a redução da testosterona em até 30 vezes.
Nós conseguimos mostrar que o vírus promove alteração vascular que mexe com uma cascata de sinalização, desenvolvendo uma resposta inflamatória muito grande e danos do tecido, em consequência da infecção viral”, falou o professor ao G1.
Ele acrescentou 11 pacientes foram observados, todos não-vacinados e que faleceram em decorrência da doença entre janeiro e março de 2021, com o vírus sendo encontrado no testículo de todos.