O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, enfrenta um período de instabilidade política intensificado por um escândalo envolvendo sua esposa
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, enfrenta um período de instabilidade política intensificado por um escândalo envolvendo sua esposa, Kim Keon Hee. O episódio contribuiu para a escalada da crise que culminou na rejeição de sua proposta de Lei Marcial pelo Parlamento e no avanço de uma moção de impeachment contra o mandatário, cuja popularidade está em queda.
Em setembro de 2022, Kim foi flagrada recebendo uma bolsa Christian Dior avaliada em US$ 2.200 (cerca de R$ 13 mil) como presente de Choi Jae-young, um pastor coreano-americano.
O vídeo, gravado secretamente com uma câmera escondida em um relógio de pulso, foi divulgado no YouTube pelo grupo liberal "Voice of Seoul". Nas imagens, Choi visita Kim em seu escritório particular, fora do complexo presidencial, entregando o item de luxo.
A primeira-dama foi acusada de violar a legislação anticorrupção sul-coreana, que restringe funcionários públicos e seus cônjuges de receberem presentes acima de US$ 750 relacionados às suas funções, repercute a CNN.
No entanto, segundo a agência Yonhap, os procuradores de Seul decidiram não apresentar acusações contra a primeira-dama em relação às alegações de recebimento indevido de presentes, incluindo a bolsa.
Yoon foi duramente criticado por sua demora em pedir desculpas pelo incidente, o que só ocorreu após significativas perdas de seu partido nas eleições legislativas de abril. Na tentativa de minimizar os danos, o presidente classificou o caso como uma "manobra política" articulada para influenciar a opinião pública às vésperas do pleito.
Em entrevista à KBS, Yoon lamentou o episódio, mas defendeu que a divulgação tardia do vídeo, um ano após o ocorrido, era suspeita. “O vídeo foi divulgado próximo às eleições gerais, um ano depois do acontecimento, o que sugere uma intenção política. Não posso deixar de lamentar isso”, afirmou o presidente.