Segund o governo norte-coreano, a "guerra de balões" continuará até que Seul deixe de insistir com sua "guerra psicológica"
Publicado em 10/06/2024, às 13h43
Nesta segunda-feira, 10, a Coreia do Norte enviou, mais uma vez, centenas de balões com lixo em direção à Coreia do Sul, conforme anunciado pelo exército sul-coreano.
Segundo Kim Yo-jong, influente irmã do líder supremo norte-coreano Kim Jong-un e Membro da Comissão de Assuntos de Estado da Coreia do Norte, essa guerra de balões entre os países continuará enquanto o sul persistir com sua "guerra psicológica".
Nesse cenário, o mundo vê uma tensão crescente mais uma vez entre os países da Península das Coreias que, mesmo que relativamente inofensiva até o momento, pode facilmente escalar para uma situação mais drástica.
Por exemplo, desde o início do envio dos balões, o sul respondeu com outros balões, mas carregando consigo pendrives com vídeos e músicas de K-pop e críticas ao regime de Kim Jong-un.
A escalada dos eventos levou ao presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, a suspender um acordo militar assinado com a Coreia do Norte em 2018, quando a relação entre os países estava mais calma, segundo o UOL.
O que antes era uma península com menos tensões e menos escaladas militares, agora pode retornar com exercícios de tiro e campanhas de propaganda contra o regime do Norte, além do uso de alto-falantes na fronteira com críticas ao líder supremo.
Enfurecidos, os norte-coreanos alertaram o sul de que ele estava fomentando o surgimento de uma "nova crise". A irmã de Kim Jong-un disse em comunicado divulgado pela KCNA, inclusive, que a Coreia do Sul "sofrerá o amargo constrangimento de recolher papel usado sem descanso, e essa será sua tarefa diária".
Além disso, acrescenta que se as transmissões por alto-falantes não fossem interrompidas, o Norte responderá com "novas ações de neutralização".
Toda a confusão recente envolvendo balões na Coreia do Sul e do Norte começou há quase duas semanas, quando o exército sul-coreano divulgou que o Norte mandou, durante a noite, mais de 300 balões ao território. Dentro deles, foram relatados resíduos de papel e plástico, lixo e até mesmo fezes; mas nada tóxico.
Agora, as autoridades sul-coreanas se preocupam com o que pode decorrer dessa tensão crescente da ainda tranquila "guerra dos balões", com a possibilidade de fazer "algo que vai além da nossa imaginação, como espalhar farinha, o que causaria pânico absoluto na Coreia do Sul", pois os habitantes poderiam pensar estar sob ataque biológico, pontua o professor Kim Dong-yub, da Universidade de Estudos da Coreia do Norte em Seul.