Os críticos ao monumento do engenheiro francês Ferdinand de Lesseps afirmavam que ele era um símbolo do colonialismo
No último dia 11, autoridades egípcias divulgaram a decisão de retirar uma polêmica estátua de exibição no país, depois de anos de pressão popular que exigia sua remoção. O monumento em questão era uma homenagem ao engenheiro francês Ferdinand de Lesseps, um dos responsáveis pela escavação do Canal de Suez, uma via entre o mar Mediterrâneo e o mar Vermelho.
A estátua foi colocada na entrada norte do canal em 17 de novembro de 1899 e foi tirada de lá em 1956, quando ficou no estaleiro do local, onde permaneceu até pouco tempo. A expectativa do governo local era colocá-la de volta em exposição a fim de aumentar o turismo na região.
No entanto, após a resolução, ela será levada para a sede do Museu Internacional do Canal de Suez, localizado na cidade de Ismaília, no Egito, após muita tensão popular. Segundo os críticos, o monumento pode ser considerado como um símbolo do colonialismo, expondo os períodos difíceis pelos quais muitos egípcios tiveram que passar.
“No final, o valor do patrimônio é determinado pelas pessoas, e muitas vezes ouvimos falar de figuras históricas influentes que foram removidas em resposta ao público. Este é um fato reconhecido. Somente as pessoas possuem esse direito, e os egípcios veem que De Lesseps matou seus filhos e os usou em trabalhos forçados durante anos de escavação”, afirmou Monica Hanna, reitora da Faculdade de Arqueologia e Patrimônio Cultural.
Segundo o membro do parlamento egípcio, Mustafa Bakri, “ele era um colono e tal estátua não deveria ser colocada na valente governadoria de Port Said”. A fala foi feita durante seu discurso em uma plenária sobre a retirada da estátua feita em 6 de julho deste ano.