Há mais de dez anos, a aclamada cantora e compositora francesa, Françoise Hardy, luta contra um câncer, que já chegou a colocá-la em um coma induzido
Nesta quarta-feira, 17, a cantora e compositora francesa Françoise Hardy completa 80 anos. Em uma carta aberta, a aniversariante pediu ao presidente da França, Emmanuel Macron, para legalizar eutanásia no país: “Permita que os franceses que estão muito doentes parem com o seu sofrimento”, afirmou Hardy, que luta contra um câncer.
Françoise, um dos maiores nomes da música francesa, foi diagnosticada com um câncer na faringe e, desde então, realizou 55 sessões de radioterapia e chegou a passar por um coma induzido, conforme repercutido pelo jornal O Globo.
Na carta publicada no jornal La Tribune du Dimanche, endereçada ao presidente francês, a consagrada artista questiona: “Sabe que há uma grande maioria de pessoas que quer a legalização da eutanásia?”, e continua, ao pedir a Macron mais “empatia” e que possibilite que “os franceses que estão muito doentes e que já não têm esperança parem com o seu sofrimento quando sabem que já não há alívio possível”.
Ainda em seu texto, Hardy compartilhou uma situação que viveu com a mãe, que possuía a doença de charcot e precisou de auxílio médico na fase final de sua vida.
Ela confidenciou ao seu médico a vontade de não continuar a sofrer desta doença horrível. Ele lhe disse para não se preocupar e que, quando ela quisesse, faria o necessário. Graças a dois médicos corajosos e compreensivos, minha mãe não teve que ver o fim de uma doença incurável”, disse a cantora em sua carta aberta.
Esta não é a primeira vez que Hardy compartilha sua opinião sobre a eutanásia. Em 2021, ela disse que ainda sofria com as sequelas do tratamento de um linfoma, que a levou ao coma induzido em 2015. Na ocasião, sua declaração a favor do suicídio assistido repercutiu no mundo todo.
Françoise Hardy também fez muito sucesso no Brasil, onde esteve pela primeira vez em 1964, quando realizou shows no Rio de Janeiro e em São Paulo. A cantora voltou ao país em 1968 para se apresentar no III Festival Internacional da Canção, também no Rio, onde defendeu uma composição própria, chamada “A quoi ça sert”.
Após retornar à França, ela gravou “La Mesange”, a versão em francês da música “Sabiá”, uma composição de Tom Jobim e Chico Buarque. Além disso, seu álbum “La Question”, influenciado pela bossa nova e reconhecido como um clássico, é fruto da colaboração entre Hardy e a violonista brasileira Tuca.
Até hoje, Hardy mantém sua posição como uma das cantoras mais bem-sucedidas na indústria musical francesa. Em 2006, ela foi agraciada com a Grande Medalha da Canção Francesa pela Academia Francesa, reconhecendo sua contribuição significativa para a música. Em janeiro de 2023, a revista Rolling Stone a incluiu em sua seleção dos “200 maiores cantores de todos os tempos”, ocupando o 162º lugar e sendo a única representante francesa na lista.