No livro 'Rita Lee: Outra autobiografia', cantora narrou sua luta contra o câncer ao fim da vida
Rita Lee foi uma importante cantora e personalidade brasileira que, após uma longa carreira de muito sucesso e influência no rock nacional, veio a falecer no último dia 8 de maio.
Apesar de a fatalidade ter ocorrido somente agora em 2023, ela já vinha enfrentando uma grave doença — câncer de pulmão — desde 2021, o que debilitou bastante sua saúde, embora a tenha incentivado a escrever o livro 'Rita Lee: Outra autobiografia'.
Na obra biográfica, de acordo com a Rolling Stone Brasil, Rita Lee narra seus dois últimos anos de vida, contando com mais detalhes toda a sua tensa batalha contra o câncer — doença esta que também vitimou sua mãe, Romilda Padula Jones. E entre as diversas revelações do livro, a cantora afirma, em dado momento, ter considerado até mesmo a eutanásia em meio ao tratamento.
Sou totalmente favorável à eutanásia. Morrer com dignidade é preciso", escreve.
No trecho específico em que conta como descobriu a doença, ainda em 2021, Rita Lee relembra a morte da mãe décadas antes, além de descrever como recebera a informação: em meio a crises de pânico. Tanto que, como ela mesma narra, foi necessário acalmá-la quando consideravam como realizar o tratamento; o que mais teria apavorado-a era justamente a combinação de radio e quimioterapia, exatamente como com sua mãe.
"Contei do trauma que ficou em mim por ter visto sofrimento da minha mãe fazendo esses dois procedimentos quando teve câncer. Eu disse a ele que minha vida tinha sido maravilhosa e, que por mim tomava o ‘chazinho' da meia-noite para ir desta para melhor. Que me deixassem fazer uma passagem digna, sem dor, rápida e consciente; queria estar atenta para logo recomeçar meu caminho em outra dimensão. Sou totalmente favorável à eutanásia. Morrer com dignidade é preciso", escreve a cantora.
Porém, como se sabe, Rita Lee não optou de fato pela eutanásia, e faleceu tragicamente só agora em 2023, dois anos depois da descoberta de sua doença — que, por sinal, foi superada. Neste meio-tempo, ela adotou o tratamento por radio e quimioterapia sugerido pelos médicos.
E, segundo seu próprio relato em 'Rita Lee: Outra autobiografia', aqueles que mais a incentivaram a enfrentar a condição e dar continuidade no tratamento foram seu marido, Roberto de Carvalho, e seus filhos Antônio, João e Beto Lee:
O amor dos boys Carvalho/Lee me fez optar por aceitar fazer o tratamento, porque, se fosse por mim, adeus mundo cruel na boa".