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Notícias / Ciência

Cientistas brasileiros descobrem veneno de cobra que inibe em 75% a Covid-19

Agora, o estudo busca desenvolver um medicamento eficiente

Luíza Feniar Migliosi, com supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 24/08/2021, às 10h25

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Veneno de cobra pode ser eficaz contra covid-19, diz estudo - Getty Images
Veneno de cobra pode ser eficaz contra covid-19, diz estudo - Getty Images

Os cientistas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em Araraquara, São Paulo, encontraram um peptídeo, uma molécula de aminoácidos, no veneno da cobra Jararacuçu, capaz de minimizar os avanços da Covid-19 no organismo. O estudo foi publicado na revista científica Molecules no dia 12 de agosto, de acordo com o UOL.

Segundo a universidade, os pesquisadores do Instituto de Química descobriram que a proteína inibiu em 75% a capacidade do vírus se replicadas em células de macacos. Agora, o desafio é desenvolver um medicamento eficiente que não provoque efeitos colaterais arriscados.

A descoberta de que o antídoto do réptil tinha atividade antibacteriana induziu os pesquisadores a analisarem o veneno da cobra.

"Nós encontramos um peptídeo que não é tóxico para as células, mas que inibe a replicação do vírus. Com isso, se o composto virar um remédio no futuro, o organismo ganharia tempo para agir e criar os anticorpos necessários, já que o vírus estaria com sua velocidade de infecção comprometida e não avançaria no organismo", explicou Eduardo Maffud Cilli, professor e um dos autores do estudo, em entrevista ao UOL.

Nas próximas etapas do estudo, a eficiência de diferentes dosagens da molécula será testada para avaliar se pode exercer outras funções, como, por exemplo, proteção, evitando, inclusive, a invasão do vírus.

"Nossos resultados são promissores e representam um recurso valioso na exploração de novas moléculas para a descoberta e desenvolvimento de fármacos contra a infecção por SARS-CoV-2", disse Cilli.

A Juraracuçu pode ser encontrada no Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina, de acordo com o Parque Estadual Serra do Mar. A quantidade de veneno que ela é capaz de injetar pode causar hemorragia, inchaço e destruição dos tecidos na região da mordida.