Em três cidades do Rio de Janeiro, profissionais da saúde foram denunciados por falsa vacinação graças às gravações de parentes
Filmagens do momento de vacinação contra a Covid-19 estão proibidas em São Gonçalo, Rio de Janeiro. É o que determina um cartaz que foi colado no polo sanitário Washington Luiz Lopes da cidade.
A prefeitura do Rio afirmou que o cartaz é antigo, contudo, a data informada em seu rodapé é de 16 de fevereiro.
A discussão sobre as filmagens começou quando parentes dos vacinados registraram o momento da imunização e, logo depois, denunciaram que a vacina não havia sido aplicada.
As acusações são dirigidas aos profissionais da saúde, que estariam fingindo vacinar os idosos. Como noticiado pelo G1, a polícia investiga a suspeita das falsas vacinações em três cidades do Rio, a capital, Niterói e Petrópolis.
Para Patricia Sampaio, professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), as unidades de saúde devem autorizar que haja filmagem. "Quando no exercício da função pública e em um local público, como são as unidades públicas de saúde, a regra é que a atuação do agente público seja transparente, de modo que a pessoa interessada possa realizar registro do ato da vacina”, afirma.
“A finalidade das fotos aqui parece ser claramente aderente ao interesse público, o que é diferente daqueles casos em que pessoas tiram fotografias sem autorização do fotografado para fins comerciais ou lucrativos”, completou a especialista em Direito Administrativo.
A Secretaria Municipal de Saúde lamentou, em nota, os ‘incidentes’ que vêm acontecendo e disse que, agora, os profissionais incentivarão os parentes a filmar. Em São Gonçalo, nenhum caso de falsa vacinação foi registrado.
"O cartaz afixado na sala de vacinação é antigo e foi colocado na tentativa de preservar o servidor que não quisesse ser filmado. Ciente de que não se aplica neste momento, a direção da unidade já removeu o cartaz", alegou o órgão.