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Notícias / Arqueologia

Arqueólogos realizam novas descobertas em local de execução do século 17

Destacam-se entre as descobertas dois poços contendo restos mortais de pessoas executadas; escavações se deram na Alemanha

por Giovanna Gomes
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Publicado em 09/09/2024, às 17h20

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Restos mortais encontrados em sítio arqueológico na Alemanha - Divulgação/Escritório Estadual de Preservação de Monumentos e Arqueologia da Saxônia-Anhalt
Restos mortais encontrados em sítio arqueológico na Alemanha - Divulgação/Escritório Estadual de Preservação de Monumentos e Arqueologia da Saxônia-Anhalt

Equipes de arqueólogos lideradas pelo Escritório Estadual de Preservação de Monumentos e Arqueologia da Saxônia-Anhalt realizaram escavações em Galgenberg, na Alemanha, e desenterraram esqueletos humanos, poços de ossos e artefatos pessoais em um local historicamente utilizado para execuções públicas entre 1662 e 1809.

O local, que abrigava uma forca ao longo da atual Lehofsweg, era conhecido por execuções, principalmente por enforcamento. A primeira execução registrada ocorreu em 1662, e as práticas públicas de pena capital continuaram até 1809, quando reformas nas leis penais levaram ao abandono dessas práticas.

Como destaca o portal Archaeology News, as descobertas fornecem novas informações que podem auxiliar os pesquisadores no entendimento do sistema judicial da época, além de revelar as concepções culturais e religiosas sobre morte, crime e punição.

Enterros

Entre os achados mais significativos está o enterro de um homem em um caixão de madeira, um tipo de sepultamento raro em locais de execução. O esqueleto estava bem preservado e acompanhado de uma corrente de rosário.

Esse enterro incomum e a presença de itens religiosos sugerem que o indivíduo pode ter sido uma vítima de suicídio, o que, na época medieval, levava ao sepultamento em terrenos não consagrados, como as proximidades de locais de execução.

Outra descoberta intrigante foi a "sepultura de revenant", onde o esqueleto de um homem foi encontrado com grandes pedras colocadas sobre seu peito. A prática visava impedir que os mortos retornassem dos túmulos, uma vez que acreditava-se que fantasmas ou seres como zumbis ou vampiros pudessem se erguer para buscar vingança ou causar mal.

Poços de ossos

Além desses enterros individuais, os arqueólogos também encontraram dois poços de ossos, contendo restos mortais de pessoas executadas, muitas vezes por enforcamento ou quebradas na roda.

Esses poços, descobertos em 2023, ainda estão sendo investigados. Os corpos dentro deles foram empilhados de maneira desordenada, em camadas, sugerindo que os carrascos realizavam operações periódicas para limpar o local, descartando os restos em valas comuns, o que reflete a falta de cuidado com os mortos.

Diversos artefatos pessoais, como botões, fivelas e fragmentos de roupas, foram encontrados entre os ossos, juntamente com peças de cerâmica. Esses itens ajudam a equipe de pesquisa a entender melhor como a justiça era administrada e como os condenados eram tratados, tanto em vida quanto após a morte.