Entenda como essas aeronaves mudaram o destino da aviação
Quando se trata de aviação militar, poucas pessoas são indiferentes ao assunto, principalmente quando o enfoque é a participação do avião na Primeira e na Segunda Guerra Mundial, os dois maiores conflitos bélicos da História da humanidade”, diz Tomas Prieto, autor de Aviões das Grandes Guerras, na introdução de seu livro, que traz os modelos de aviões de combate utilizados nos dois grandes confrontos mundiais.
Levando em consideração que o primeiro voo de um avião motorizado ocorrera menos de dez anos antes da Primeira Guerra, a aeronáutica evoluiu muito durante os combates.
A seguir, vamos conhecer algumas dessas máquinas inovadoras e o que fez delas únicas e determinantes na sua época.
1. Sucesso em números
O Avro 504 foi um caça-bombardeiro que voou pela primeira vez em 1913. Comprado pela Royal Flying Corps e pelo Royal Naval Air Service antes da guerra, tornou-se o primeiro avião britânico abatido pelos alemães. Também bombardeou um Zeppelin e uma planta de geração de hidrogênio. Logo ficou obsoleto.
Era impulsionado por um motor Le Rhône 9J Rotary, com 110 HP de potência. Era armado com uma metralhadora Lewis de 7,7 mm na parte superior da asa. Sua produção na guerra foi de 8 970 unidades; e ela continuou de 1913 a 1932, tornando-o o avião mais produzido da Primeira Guerra Mundial: 10 mil unidades.
2. Ataque vertical
O SPAD S.XIII foi um avião de caça biplano desenvolvido pela Société Pour L’Aviation et ses Dérivés (SPAD) em 1917. Equipado com um potente motor, tinha elevada velocidade e fazia mergulhos praticamente na vertical sem o risco de perder as asas, por ter manobrabilidade, projeto estrutural e construção excelentes.
Equipou quase todos os esquadrões de caça franceses e também foi usado por Grã-Bretanha, Estados Unidos, Bélgica, Grécia, Rússia e Itália. Era impulsionado por um motor em V Hispano-Suiza 8Be de oito cilindros, com 220 HP de potência. E armado com duas metralhadoras Vickers de 7,7 mm. Teve 8 472 unidades produzidas.
3. O primeiro grande bombardeiro
O Ilya Muromets era um projeto revolucionário que voou pela primeira vez em 1913. Destinado ao serviço comercial de transporte de carga e passageiros, tinha um espaçoso salão e banheiro. Na Primeira Guerra Mundial, foi transformado no primeiro bombardeiro de quatro motores. Inigualável no início, não havia nenhum outro capaz de rivalizar com ele, até o aparecimento do alemão Zeppelin-Staaken R.VI, em 1917.
O Ilya Muromets era impulsionado por quarto motores V8 Crusader de 148 HP de potência cada. Com diversas combinações de armas em diferentes pontos da fuselagem, tinha metralhadoras e canhões sem recuo Maxim, Lewis, Madsen, Colt e Leonid Kurchevsky, de 12,7 mm, 15,3 mm, 7,62 mm, 25 mm e 35 mm. Transportava 656 kg de bombas. Foram produzidas mais de 85 unidades.
4. Kamikaze e muito mais
A Mitsubishi A6M Zero foi um caça de longo alcance, operado pela Marinha Imperial Japonesa entre 1940 e 1945. Introduzido no início da Segunda Guerra Mundial, o A6M Zero foi considerado o caça mais capaz do mundo, por combinar uma excelente manobrabilidade e longo alcance. O Zero ganhou uma reputação lendária como um dogfighter, tendo alcançado a incrível taxa de destruição de 12x1.
Era impulsionado por um motor radial Nakajima Sakae 12 de 950 HP. Seu armamento era composto por duas metralhadoras Escreva 97 de 7,7 mm no capô do motor, com 500 tiros por arma e dois canhões Tipo 99-1 de 20 mm nas asas, com 60 tiros por arma. Podia transportar duas bombas de 60 kg ou uma bomba fixa de 250 kg para ataques suicidas. O número de A6M Zero construídos chegou a 10 939 unidades.
5. O veículo do grande ás da Segunda Guerra
O Messerschmitt Bf 109 (Me 109) venceu a concorrência para a substituição de caças biplanos da Luftwaffe. Seu primeiro voo aconteceu em 1935. Em 1937 combateu na Guerra Civil Espanhola, comprovando suas qualidades. Outros países adquiriram o Me 109, entre eles Finlândia, Croácia, Romênia, Hungria e Suíça.
Depois da Segunda Guerra Mundial, também serviu na Força Aérea Israelense nas primeiras guerras contra os árabes. Foi uma das aeronaves mais produzidas na História da aviação, com 33 mil unidades. Com o Me 109, o alemão Erich Hartmann conseguiu o maior número de vitórias da guerra: 352.
6. Morte a foguete
O Messerschmitt Me 163 era um avião-foguete que entrou em operação em 1944 para combater bombardeiros. Concebido como interceptador sem cauda, foi equipado com um motor de foguete de combustível líquido Walter HWK 109-509A-2, que causou muitos acidentes, mas que lhe permitia chegar a 959 km/h. No abastecimento era feita uma operação especial contra acidentes. Depois, decolava em grande velocidade, atingia rapidamente altitude e mergulhava sobre os bombardeiros.
Com autonomia de cerca de oito minutos, após os ataques prosseguia em voo planado e se tornava alvo fácil. Seu pesado armamento podia abater um B-17 com apenas três disparos, mas sua elevada velocidade de aproximação dificultava a operação. Vinha armado com dois canhões Rheinmetall Borsig MK 108 de 30 mm. Foram construídas 370 unidades.
7. Pau para toda obra
O P-38 Lightning foi um caça-bombardeiro bimotor monoposto incorporado pela USAAC em 1941. Este caça foi utilizado em diversas funções, incluindo interceptação, bombardeio de mergulho, ataque ao solo, combate noturno, reconhecimento fotográfico, caça de escolta e radar de varredura visual para bombardeiros. O P-38 teve maior sucesso combatendo no teatro de operações do Pacífico, tornando-se o principal caça de longo alcance dos Estados Unidos até o aparecimento do caça P-51D Mustang.
Também teve um papel importante no teatro de operações europeu, usado como caça-bombardeiro durante a invasão da Normandia como auxiliar no avanço das tropas Aliadas. Partindo da Inglaterra, executou missões de bombardeio às instalações de radar inimigas, depósitos de abastecimento, destruindo blindados e fazendo reconhecimento fotográfico dentro do território alemão, mapeando as linhas de defesa inimigas.
Uma das missões mais importantes de que o P-38 participou foi no Pacífico, ao abater o avião que transportava o maior estrategista naval do Japão, o almirante Isoruko Yamamoto, em 18 de abril de 1943. O caça era equipado com dois motores a pistão Allison V-1710 - 111/113 V-12 com 1 600 HP de potência cada um.
Estava armado com um canhão Huspank M2 de 20 mm, com capacidade de 150 disparos, e quatro metralhadoras M2 Browning 12,7 mm localizados no nariz. Podia transportar inúmeros tipos de bombas e foguetes nos cabides da fuselagem e asas. Entre 1941 e 1945 foram produzidos 10 037 P-38 em diversas configurações.
8. O finalizador
O Boeing B-29 Superfortress era um bombardeiro estratégico de longo alcance para operar a grande altitude. Incorporado pela USAF em 1943, foi uma das maiores aeronaves a operar durante a Segunda Guerra Mundial. O B-29 foi muito avançado para a época. A cabine era pressurizada, todas as rodas do trem de pouso tinham engrenagens duplas, controle remoto eletrônico de tiro para as quatro torres de defesa da aeronave. O armamento da cauda era de controle semirremoto.
A missão mais importante de que o B-29 participou durante a Segunda Guerra Mundial foram os ataques com bomba atômica sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945. Devido ao design altamente avançado do B-29, ao contrário de muitos outros bombardeiros da Segunda Guerra, permaneceu em serviço ativo por muito tempo após o fim da guerra, aposentando-se apenas no início dos anos 1960.
O B-29 era impulsionado por quatro motores radiais Wright R-3350-23 e 23A-Duplex Cyclone turbosupercharged com 2 200 HP de potência cada um. O armamento de defesa era composto de dez metralhadoras 12,7 mm Browning M2 / ANS em torres com controle remoto e duas metralhadoras BMG do mesmo calibre na cauda. Transportava até 9 000 kg de bombas internamente. O total produzido chegou a 3 970 unidades.
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