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Coronavírus / Mundo

Pesquisa identifica anticorpos eficazes contra ômicron

Segundo os estudiosos envolvidos no estudo, os quatro anticorpos encontrados são capazes de neutralizar a variante da covid-19

Pamela Malva Publicado em 28/12/2021, às 13h00

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Imagem meramente ilustrativa da Sars-cov-2 - Divulgação/Pixabay/TheDigitalArtist
Imagem meramente ilustrativa da Sars-cov-2 - Divulgação/Pixabay/TheDigitalArtist

No dia 23 de dezembro, a revista Nature revelou que um novo estudo identificou anticorpos capazes de neutralizar a variante ômicron do coronavírus. Com isso, novos imunizantes e tratamentos contra a doença poderão ser criados em breve.

Segundo narrado pelos cientistas envolvidos na pesquisa, os anticorpos descobertos têm como alvo algumas regiões da proteína spike — a que o vírus utiliza para penetrar nas células humanas. As informações são da Revista Galileu.

Curiosamente, os estudiosos conseguiram identificar quatro classes de anticorpos que podem neutralizar não apenas a ômicron, como também outras cepas da Covid-19 — tanto as variantes do Sars-CoV-2, quanto as mutações do grupo sarbecovírus. 

Além da identificação dos anticorpos, os cientistas ainda descobriram, ao analisarem a estrutura do vírus, que a proteína spike da variante ômicron se liga aos receptores das células dos camundongos com bastante eficiência. Isso pode indicar, segundo a Galileu, que a cepa pode ter sido transmitida aos humanos por meio de outros mamíferos.

Os anticorpos e as vacinas

Diante dos novos anticorpos descobertos, os cientistas passaram a testar suas eficácias em pessoas vacinadas com os diferentes imunizantes presentes no mercado. De maneira preocupante, então, os estudiosos perceberam que pessoas infectadas com outras cepas ou com algumas vacinas têm pouca imunidade contra a variante.

Entre os voluntários estudados, aqueles que foram vacinados com doses da Sputnik V, da Sinopharm e com a dose única da Janssen apresentaram pouca ou quase nenhuma imunidade contra a ômicron. Imunizados com doses da Pfizer, Moderna e AstraZeneca, por sua vez, tiveram sua imunidade contra a cepa reduzida em 20 a 40 vezes.

Para os vacinados com a terceira dose das vacinas da Moderna e da Pfizer, contudo, a redução da neutralização da variante foi apenas 4 vezes menor. Segundo David Veesler, um dos líderes do estudo, “isso mostra que uma terceira dose é muito, muito útil contra a Ômicron”. Por outro lado, a imunidade contra a variante é apenas 5 vezes menor em quem já foi infectado pelo coronavírus antes da vacinação.