Em 2020, um urso mumificado que pensou-se ter 22 mil anos foi encontrado perfeitamente preservado no permafrost siberiano; veja detalhes da descoberta!
Publicado em 23/10/2024, às 16h00
Em 2020, pesquisadores da Universidade Federal do Nordeste da Rússia (NEFU) em Yakutsk realizaram uma descoberta impressionante: em meio ao permafrost da Sibéria, desenterraram um urso mumificado quase perfeitamente preservado.
Conforme repercutiu o Live Science, os restos mortais — que incluem a pele do urso, pelo, dentes, nariz, garras e até mesmo órgãos internos — foram desenterrados na remota Ilha Bolshoy Lyakhovsky, que se encontra no Mar da Sibéria Oriental. A criatura foi chamada pelos pesquisadores de "Etherican", em referência ao rio vizinho ao local do achado, o Rio Bolshoy Etherican.
Logo após a descoberta, os pesquisadores teorizaram que o animal se tratava de um extinto urso-das-cavernas (Ursus spelaeus), intimamente relacionados aos ursos pardos e polares, que foram extintos há cerca de 22 mil anos. Essa espécie poderia chegar a medir até 3,5 metros de altura, e pesar até 1,5 tonelada, e sua descoberta seria considerada rara.
No entanto, após análises mais aprofundadas, foi apontado que aquele animal não era tão antigo quanto se pensava, e nem mesmo um raro urso-das-cavernas. Em vez disso, era um urso pardo, que viveu há cerca de 3.460 anos, segundo uma declaração da NEFU de dezembro de 2022.
Conforme informado pela Reuters, a equipe de pesquisa do NEFU conduziu uma necropsia completa do urso, detalhando ainda mais a descoberta. O animal era uma fêmea que tinha 1,6 m de altura e pesava cerca de 78 kg no momento da morte; possivelmente tinha entre 2 e 3 anos. Ainda não pôde ser concluído como ela morreu.
Porém, o que mais chama atenção na descoberta é que seu estado de preservação era tão impressionante, que até o interior de seu estômago ainda estava parcialmente intacto.
Foi apontado que o urso havia se alimentado de plantas e pássaros não identificados antes de sua morte, o que se encaixa com o que já sabemos dos ursos pardos vivos até hoje, que são onívoros.
Por fim, também é descrito em declaração que os pesquisadores removeram o cérebro do urso, o que esperam estudar no futuro.
Agora, o que os pesquisadores tentam desvendar é como aquele urso foi parar na Ilha Bolshoy Lyakhovsky, visto que esta está localizada a cerca de 50 quilômetros do continente.
O que se teoriza é que os ursos pardos passaram a habitar a ilha quando ela estava conectada ao continente pelo gelo marinho, durante o Último Máximo Glacial.
Porém, isso ainda levanta dúvidas sobre a ausência de restos mortais de outros animais na ilha, que também já possibilitou outras descobertas, incluindo restos de mamutes.
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