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Curiosidades / O Sequestro do Papa

O Sequestro do Papa: Duas cenas chocantes do filme aconteceram na vida real

Nos cinemas brasileiros, "O Sequestro do Papa" narra a chocante história verdadeira de Edgardo Mortara, que foi tirado dos braços dos pais

por Thiago Lincolins
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Publicado em 20/07/2024, às 14h00

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Imagem promocional do filme O Sequestro do Papa - Divulgação
Imagem promocional do filme O Sequestro do Papa - Divulgação

Nos cinemas brasileiros, "O Sequestro do Papa" narra o inacreditável caso Edgardo Mortara. Em 1858, quando tinha apenas seis anos, ele foi tirado dos braços dos pais após ordens do papa Pio IX. 

Mortara, que vinha de uma família judia, foi batizado em segredo pela empregada da família em Bolonha, na Itália. Na época, a lei determinava que uma criança católica não poderia ser criada por pessoas que tivesse uma fé diferente. Como resultado, o pequeno foi levado pelos soldados do papa.

Alerta spoiler

Além de abordar como ocorreu o insólito sequestro, o filme do diretor Marco Bellocchio, que se baseia nos relatos verdadeiros da história, mostra a luta de seus pais pela devolução da criança e a vida adulta de Mortara como padre. 

Uma das fontes do longa-metragem é o livro "Kidnapped by the Vatican? The Unpublished Memories of Edgardo Mortara" de Vittorio Messori. Assim como todo e qualquer filme baseado em uma história verdadeira, "O Sequestro do Papa" também conta com as famosas adaptações.

Cenas chocantes

No entanto, dois momentos perturbadores apresentados na obra cinematográfica, de fato, aconteceram. Em entrevista ao Loud And Clear Reviews, Bellocchio relembrou a cena em que Edgardo, já adulto, empurra o papa durante uma cerimônia.

Ele [Vittorio Messori] também escreve sobre a cena em que ele  [Edgardo] quase faz o Papa cair, que está no filme e aconteceu na vida real. Pio IX ficou muito chateado: ele gritou com Edgardo e o humilhou na frente de todos, isso é algo que aconteceu", explicou o diretor durante a conversa.

Na visão de Marco, Edgardo não estava completamente em paz após tudo o que passou.

"Acho que provavelmente havia algo em seu subconsciente que às vezes saía de repente, como uma espécie de rebelião. Algo nele não estava completamente em paz com a religião e com ter abraçado o catolicismo dessa forma", disse o diretor.

Outro momento insólito do filme, que também é baseado em fatos, ocorre após a morte do papa. Quando o corpo do Santo Padre é levado para a Basílica de São Lourenço, manifestantes tentam jogar o caixão no rio. 

Quando o corpo de Pio IX foi transportado da Basílica de São Pedro para a Basílica de São Lourenço — ele ainda está enterrado lá agora, você pode até visitar — Roma já fazia parte do Reino da Itália. Um grupo anticatólico atacou o comboio e tentou jogar seu corpo no rio", disse ele.

Mas, o momento em que Mortara se divide entre repudiar e apoiar os manifestantes, em clara confusão mental, é ficção. 

"Edgardo estava realmente lá: agora, o fato de que ele se desassociou brevemente, ou foi tomado por uma loucura momentânea, e se juntou a eles é uma licença poética", destacou Bellocchio. 

Cena do filme "O Sequestro do Papa" - Divulgação

Cena descartada

Ainda em entrevista à Loud And Clear Reviews, o diretor revelou uma cena que acabou descartada na versão final de "O Sequestro do Papa". Mortara teve problemas de saúde por muito tempo e adoecia facilmente, precisando recorrer à técnica com sanguessugas. 

"Conforme narrado nas memórias de Edgardo, que estão incluídas no livro de Messori, quando adulto, ele teve doenças longas e misteriosas, fazendo com que ele adoecesse facilmente e por longos períodos de tempo. Ele costumava ter sanguessugas aplicadas nele, o que era considerado um remédio na época porque elas sugam sangue, e ele fala sobre isso em sua autobiografia. Na verdade, filmamos uma cena como essa com Edgardo quando adulto, mas não acabou em Sequestrado porque o filme era muito longo", explicou ele.