No passado, depois de criarmos o conceito da moeda-mercadoria, as pessoas passaram a gerar seus próprios valores e câmbios
Nos presídios, é comum maços de cigarros servirem como unidade de valor — porque, ali, é proibido o uso do dinheiro convencional. Na história, em diferentes civilizações, se observou um estágio semelhante na evolução que levou à criação do dinheiro.
A dificuldade de encontrar alguém oferecendo o que se buscava e disposto a trocar por algo de que se dispunha motivou a adoção de algum bem como referência, a chamada moeda-mercadoria. Em povos pastoris, por exemplo, essa unidade era o gado. Daí surgiu o termo 'pecúnia', sinônimo de 'dinheiro', que tem raiz no latim 'pecu' (rebanho). Outra palavra que surgiu daí é 'capital', que remete a 'caput' (cabeça).
E da moeda-mercadoria para o uso de metais como unidade de valor foi um pulo. Mais fáceis de transportar e armazenar, tinham um inconveniente: o de terem de ser pesados a cada transação. O problema foi eliminado quando os governos passaram a fundir quantias padronizadas de metal, colocando sobre elas seu selo para garantir o valor.
Creso, o rei dos Lídios entre 560 e 546 a.C., é tido como o primeiro a instituir a cunhagem oficial e a difundi-la pelas cercanias, a Ásia Menor, então centro do mundo. O próximo passo foi a gradual substituição de metais preciosos por outros mais comuns, como o ferro, processo em que a malandragem dos governantes teve papel fundamental.
Os imperadores romanos, que detinham o direito de cunhar dinheiro a seu bel-prazer, chegavam a fabricar moedas com 98% de chumbo, diminuindo consideravelmente seu valor. Isso gerou crises econômicas que contribuíram para a decadência de Roma.
A escassez de metal precioso fez da Suécia o primeiro país europeu a adotar o papel-moeda, em 1661. Já estávamos na era da moeda lastreada, feita de material barato mas pelo qual o governo se comprometia a guardar o ouro ou a prata em seu tesouro.
Houve, todavia, épocas em que bancos e outras instituições privadas imprimiram dinheiro próprio. Foi assim nos Estados Unidos, entre 1837 e 1863. Qualquer um podia
lançar dinheiro no mercado se pudesse pagar por ele o valor prometido.
Isso, é claro, só poderia resultar em caos. Em 1860, havia cerca de 8 mil tipos de dinheiro circulando no país, emitidos por bancos, igrejas e até restaurantes. Quando algum desses estabelecimentos fechava, os portadores de suas notas ficavam a ver navios.
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