Após ataque em 1864, o destino do HL Hunley só foi conhecido após mais de 130 anos
Era a pior missão da História: em 17 de fevereiro de 1864, o capitão George E. Dixon e mais sete voluntários embarcaram no que sabiam ser uma viagem muito provavelmente rumo a uma agonizante morte por asfixia em meio à escuridão do fundo do oceano.
O HL Hunley foi desenvolvido em julho de 1863, pelo engenheiro Horace Lawson Hunley, no auge da Guerra Civil Americana. Com 12 metros de comprimento e cerca de 7,5 toneladas, o submarino funcionava por meio de uma hélice acionada manualmente.
Mas o Hunley parecia amaldiçoado. Logo em seu primeiro teste, em 29 agosto de 1863, o capitão ativou as válvulas de imersão com as escotilhas abertas, matando todos, menos ele e o imediato.
O submarino foi resgatado e, numa simulação de ataque, em 15 de outubro, falhou em emergir, matando dessa vez seu próprio inventor, Hunley, que havia se voluntariado para evitar um novo desastre.
A missão era atacar o vapor USS Housatonic, de 64 metros de comprimento e tripulação de 150 homens, que bloqueava o porto de Charleston, dos confederados, a quem pertencia o invento. Oito bravos homens entraram no submarino, no início da noite de 17 de fevereiro, e passaram a pedalar do Forte Sumter até sua posição, a 8,5 quilômetros da costa.
Após mais de uma hora de pesado esforço físico, chegaram a seu objetivo. Sem demora, o Housatonic foi arpoado e afundado por um torpedo de 61 quilos, 41 deles pólvora, em volta de um arpão e preso a uma haste de 6,7 metros.
A tripulação devia alinhar a haste e se mover a toda velocidade para fazê-la acertar o casco inimigo para se fixar. Após isso, o navio devia se mover em reverso até que a corda do detonador se esticasse e disparasse a arma.
Dois tanques de lastro, um em cada ponta, controlavam a profundidade do submarino. Válvulas eram abertas para enchê-los de água para submergir, bombas manuais eram usadas para bombear ar para dentro e emergir.
Sem periscópio, o capitão usava as janelas na escotilha superior para visualizar o caminho na superfície e era responsável por operar a bomba de ar frontal, com dois canos para mover o ar ao mesmo tempo pra fora e pra dentro. A bomba de lastro traseira era operada pelo co-capitão — que colaborava com a manivela.
Lastros de emergência, de metal, ficavam embaixo do casco e eram soltos para emergir. O que não funcionou.
Logo após o ataque, o submarino desapareceu. Sua carcaça — com os restos da tripulação — só seria achada em 1995 e removida em 2000. Após muita discussão e estudo, as pesquisas mais modernas indicam que estava perto demais do seu alvo quando o torpedo explodiu. A tripulação deve ter morrido imediatamente com o choque.