Baseada nas memórias de Priscilla, ex-mulher de Elvis Presley, filme causou polêmica com o espólio e filha do rei do rock
A partir do dia 26 de dezembro, os cinemas brasileiros vão exibir ‘Priscilla’ (2023), um longa-metragem dirigido por Sofia Coppola sobre um dos casais mais conhecidos dos Estados Unidos: Elvis e Priscilla Presley. Porém, mesmo antes de sua estreia, a produção já se encontrou no centro de uma série de polêmicas.
O filme, baseado em um livro de memórias da ex-esposa do Rei do Rock and Roll chamado 'Elvis e Eu’, de 1985, apresenta o relacionamento do casal, que se estendeu entre 1967 e 1973, sob a perspectiva da esposa, interpretada por Cailee Spaeny.
A primeira crítica veio de um representante do espólio do artista, encarnado por Jacob Elordi, que disse ter assistido à produção e definido a mesma como um “filme de faculdade”. “Parece um filme de faculdade. Os cenários são simplesmente horríveis, não é como Graceland se parece”, afirmou o encarregado ao portal americano TMZ.
Em resposta a esta acusação, Priscilla defendeu a cinebiografia em uma entrevista ao mesmo veículo, ao garantir que a produção guiará os espectadores por uma “jornada emocional”.
Estou muito ansiosa para ver a interpretação do meu livro da magistral Sofia Coppola. Ela tem uma perspectiva tão extraordinária e eu sempre fui uma grande admiradora de seu trabalho. Tenho certeza de que este filme levará todos a uma jornada emocional", explicou a atriz e empresária à TMZ.
Como resultado, Coppola explicou seu ponto de vista em relação às críticas feitas pelo espólio de Elvis, que não concordam com a representação do cantor, de seu casamento e com a direção de Sofia em sua totalidade. É importante ressaltar que a renomada diretora incluiu Priscilla no processo de criação do filme, chegando a concedê-la créditos como produtora executiva.
"Eu realmente não sei qual é a relação entre Priscilla e o espólio, mas pensei que eles teriam um pouco mais de respeito por ela, já que é uma parte tão importante da história de Elvis. Desde então, aprendi que eles são apenas muito protetores da marca Elvis e não apoiam qualquer projeto que eles não estejam controlando. Eu entendo que eles são pessoas de negócios, mas eu realmente respeito muito Elvis como artista e acho que meu filme o retrata com alguma perspicácia e sensibilidade”, esclareceu Coppola à revista Vogue.
A diretora ainda afirmou que, pelo fato do livro de Priscilla ter sido lançado em 1985, não achou que o filme “tivesse muitas surpresas. Essas histórias estão disponíveis há anos…”.
No longa, Sofia apresenta partes da vida do astro que podem ser vistas como problemáticas, como a diferença de idade entre ele e sua esposa, sua dependência química e casos de adultério.
Não satisfeitos com a imagem de Elvis na produção, a Elvis Presley Enterprises, empresa responsável pela administração do legado do cantor, proibiuCoppola de utilizar as canções do Rei do Rock and Roll em seu filme.
Conforme repercutido pelo portal Omelete, a diretora chegou a entrar em contato com os encarregados do espólio do artista, no entanto, teve o acesso às músícas vetado. Assim, a trilha sonora do filme será composta por covers de clássicos da época, gravados exclusivamente para o longa pela banda Phoenix, do marido de Sofia, Thomas Mars.
Eles não gostam de apoiar projetos que eles mesmos não tenham originado. São muito protetores de suas marcas. Mas isso só significou que tivemos que ser mais criativos.", explicou Sofia Coppola a revista The Hollywood Reporter.
Outra crítica ao filme foi feita por ninguém menos que Lisa Marie, filha de Elvis Presley e Priscilla. Antes de seu falecimento, em 12 de janeiro deste ano, a cantora escreveu um e-mail para a diretora, Sofia Coppola, onde pediu que a mesma evitasse um “constrangimento público” para sua família.
Segundo a revista americana Variety, a correspondência eletrônica teria sido enviada quatro meses antes de seu falecimento.
Meu pai só aparece como um predador e manipulador. Como filha dele, ao ler isso, não vejo nada do meu pai nesse personagem. Eu não vejo a perspectiva de minha mãe sobre meu pai. Eu leio e vejo sua perspectiva chocantemente vingativa e desdenhosa e não entendo o porquê”, disse Lisa em um de seus e-mails à diretora.
Em resposta à filha do cantor, Sofia afirmou que: “Espero que, quando assistir ao filme final, você se sinta diferente, e entenda que estou tomando muito cuidado ao homenagear sua mãe, ao mesmo tempo em que apresento seu pai com sensibilidade e complexidade”.