Por mais que sejam notórios, seja pela eficácia dos criminosos ou pelas peculiaridades dos planos, alguns desses crimes jamais tiveram uma solução final
De engenhosos assaltos a aquela vez que uma mulher louca por sua herança colocou uma bomba no colarinho de um entregador de pizza. Independente da situação e da motivação, alguns roubos se tornaram icônicos por suas peculiaridades.
Por mais notório que eles sejam, muitas pessoas podem, se quer, ter ouvido falar sobre eles. Sendo assim, o Aventuras separou os cinco 5 roubos mais inacreditáveis da História.
1. Meio bilhão de dólares, o roubo do Museu Isabella Stewart Gardner
Isabella Stewart Gardner era uma excêntrica colecionadora de arte. Dona de um acervo invejável, fruto de uma vida inteira de viagens — ela e seu marido, somados, possuem mais de 10 anos de passeios por aí —, resolveu abrir um magnífico museu em Boston, em 1903. Entre sua coleção havia obras-primas importantíssimas, como Rembrandt e Vermeer.
Porém, na noite de 18 de março de 1990, dois homens se passando por policiais entraram no museu, renderam os seguranças e roubaram mais de meio bilhão de dólares entre pinturas e esculturas — segundo cotação atual.
O roubo do Museu Isabella Stewart Gardner continua sendo o maior roubo de propriedade privada da história americana — e apresentou a maior recompensa já oferecida por uma instituição privada: 10 milhões de dólares para quem tiver qualquer informação que leve à recuperação das obras.
2. O assalto de Lufthansa, o maior crime cometido em nome da máfia americana
Em 1978, Louis Werner, um funcionário da companhia aérea alemã Lufthansa, orquestrou junto a seu amigo, Peter Gruenwald, o roubo de milhões em notas não marcadas de uma das remessas regulares de dinheiro da companhia.
Porém, Peter acabou contando do roubo para Martin Krugman, seu agenciador de apostas — que era um de seus vícios. A partir daí, o crime envolveu uma série de pessoas. Com isso, em 11 de dezembro daquele ano, em pouco mais de uma hora, o bando rendeu seis funcionários e roubou quase 6 milhões em dinheiro e joias não rastreáveis (o que somado, na conversão atual, dá cerca de 128 milhões de reais).
O roubo foi quase perfeito, a não ser pelo fato do motorista de fuga, Edward “Stacks” Parnell, levar o carro usado no assalto para a casa de sua namorada ao invés de um ferro-velho pertencente à máfia. Com o deslize, oito dos 13 participantes do roubo foram executados pela máfia. No fim, apenas Werner acabou preso pelo roubo. Somente uma pequena parte do dinheiro roubado foi recuperada, e o destino do resto da fortuna nunca foi conhecido.
3. O roubo hollywoodiano de diamantes
Em 2003, na Antuérpia, na Bélgica, aconteceu um roubo digno dos melhores filmes de ação. Na ocasião, Leonardo Notarbartolo organizou um assalto ao maior distrito de diamantes do mundo. Antes do crime, a segurança do local era considerada inexpugnável.
Memorizando cada detalhe da segurança do local, ele montou uma equipe de ladrões especialistas em diversas áreas: como Elio D'Onorio, perito em alarmes e eletrônica; Ferdinando Finotto, um exímio mecânico; e até mesmo um homem misterioso conhecido como “O Rei das Chaves”.
Assim, em 16 de fevereiro daquele ano, usando objetos básicos, o que incluia spray de cabelo e um cabo de vassoura, o bando penetrou cada um dos 10 andares do local, furtando 100 milhões em diamantes. O plano parecia perfeito, a não ser por Pietro Tavano, amigo de Notarbartolo, que seria responsável por queimar qualquer artigo relacionado ao roubo.
Por sua inexperiência, ele deixou uma sacola de lixo com materiais usados para o roubo em uma floresta. Um zelador local encontrou o material e rastreou Notarbartolo através de um recibo. Leonardo pegou dez anos de prisão pelo crime, enquanto Tavano e os outros envolvidos pegaram cinco anos cada. O único que nunca foi encontrado foi “O Rei das Chaves”, assim como os diamantes roubados.
4. A bomba no colarinho do entregador de pizza
Em 28 agosto de 2003, Brian Wells começou seu turno de entregador de pizza com um pedido de um endereço nos arredores de Erie, na Pensilvânia. Ao chegar no local, no entanto, notou algo de estranho, afinal, seu destino era uma torre de transmissão.
Não se sabe tudo o que rolou por lá, somente que Brian saiu de lá com um colar bomba em seu pescoço e com diversas missões, entre elas, roubar um banco. Cada uma delas lhe daria uma chave para se desprender do colete.
Tudo foi orquestrado por Marjorie Diehl-Armstrong, que queria dinheiro para contratar um assassino de aluguel que matasse seu pai para ela ficar com sua herança. Do primeiro roubo, Wells saiu com cerca de 8 mil dólares. Ela precisaria de um quarto de milhão.
A polícia o seguiu e ele contou toda a história. Entretanto, 3 minutos antes do esquadrão antibomba chegar, o colar explodiu. No fim, descobriu-se o plano e Marjorie acabou pegando prisão perpétua. Um de seus comparsas foi condenado a 45 anos e o outro morreu antes de ser levado à Justiça.
5. Vincenzo Peruggia e o roubo da Mona Lisa
Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, é uma das obras mais famosas e importantes do mundo. Porém, o que poucos sabem, é que esse prestígio só aconteceu graças a Vincenzo Peruggia. Funcionário do Museu do Louvre, em 1911, ele havia planejado roubar o quadro há tempos.
Após deixar de trabalhar para o Museu, ele voltou ao seu antigo emprego vestindo as mesmas roubas que costumava usar. Ninguém o havia notado. Naquele 21 de agosto, o faz-tudo retirou a obra do painel de proteção que ele havia montado, embrulhou a pintura em sua bata, e fugiu como se nada tivesse acontecido. O roubo só foi notado no dia seguinte.
A obra só foi recuperada dois anos depois, quando o ladrão a ofereceu a Alfredo Geri, um galerista de Florença, na Itália. Ele foi imediatamente preso. Sua motivação seria patriótica, já que acreditava que a obra teria sido saqueada pelas tropas de Napoleão por volta de 1790.
Curiosamente, após o roubo, um dos quadros menos conhecidos e valiosos de Da Vinci passou a ser uma das obras de arte mais importantes da história. Tudo isso se deu ao fato do interesse gerado em volta dela, que apareceu estampada em jornais, boletins e até mesmo em caixas de chocolate, se tornando uma celebridade, como explica o escritor Darian Leader, autor do livro Roubando a Mona Lisa: o que a arte não nos deixa ver.
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