Novas espécies, fósseis inesperados e até ovos inéditos: 2021 foi marcado por grandes momentos da paleontologia brasileira
O ano de 2021 foi marcado por inúmeras descobertas paleontológicas ao redor do mundo, variando entre fósseis em locais inesperados, ovos surpreendentemente bem conservados e até novas espécies de dinossauros. Os cientistas não param de trabalhar para esclarecer o máximo possível sobre os animais que habitaram a Terra no passado.
Nesse sentido, o Brasil também não ficou para trás nas descobertas, conseguindo revelar fatores paleontológicos tão recentemente quanto nesta última segunda-feira, 27. Em diversas ocasiões, os especialistas brasileiros dedicaram-se às escavações e ao estudo de fósseis que já haviam sido encontrados, contribuindo muito à paleontologia global.
Com este protagonismo brasileiro em mente, o site da Aventuras na História listou aqui cinco descobertas sobre a era dos dinossauros brasileira, todas feitas em 2021!
No começo de maio deste ano, os paleontólogos da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Museu de Paleontologia de Monte Alto (SP), conseguiram definir, com muita pesquisa, a espécie de um fóssil encontrado no município de Cândido Rodrigues há mais de 20 anos, em 1997.
Sendo parte do período Cretáceo, este dinossauro era, para a surpresa e empolgação dos pesquisadores, de uma espécie completamente nova, parte da categoria dos titanossauros. Um dos cientistas que fez parte do estudo, Fabiano Iori afirmou que o achado é uma maneira de tornar a paleontologia ainda mais brasileira.
Esta descoberta dá uma cara mais regional e inédita para a paleontologia brasileira, além de refinar nosso conhecimento sobre os titanossauros, que são estes dinossauros pescoçudos", apontou.
Com cerca de 22 metros de comprimento, o titanossauro era exclusivo da região de São Paulo e foi nomeado pelos especialistas de Arrudatitan maximus.
Em 2002, os paleontólogos brasileiros encontraram na região do município de Monte Alto um fóssil enigmático e, até 2014, continuaram escavando em volta e descobrindo mais fragmentos deste animal — que, em 2021, foi revelado como um dinossauro carnívoro com datação de 70 milhões de anos atrás.
O predador era da espécie Kurupi itaata, parte da família dos abilissaurídeos, e os pesquisadores encontraram diversos ossos que compunham sua imensa estatura. A identificação foi finalizada em setembro deste ano e, agora, os fósseis serão expostos no Museu de Paleontologia de Monte Alto.
Na região do Nordeste brasileiro, provando a diversidade de dinossauros que o Brasil apresentava, os ossos de um provável saurópode foram encontrados a cerca de nove metros do chão durante uma obra que irá construir um terminal ferroviário na cidade de Davinópolis, no estado do Maranhão.
A equipe de pesquisadores, liderada por Elver Luiz Mayer, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), retirou e estará dedicando-se à identificação confirmada dos fósseis encontrados naquela região, como o próprio paleontólogo afirmou.
Agora, estamos focados na retirada dos materiais para estudo na universidade. Ao longo das análises poderemos afirmar se é uma espécie inédita ou já catalogada”, apontou.
Novembro foi quando os pesquisadores do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro revelaram uma das maiores descobertas paleontológicas brasileiras: um dinossauro com seu esqueleto quase inteiro, sendo uma espécie completamente nova e o rastro mais completo do Cretáceo brasileiro.
Em homenagem a uma importante pesquisadora e à primeira imperatriz do Brasil, a espécie foi nomeada de Berthasaura leopoldinae. O dinossauro não contava com nenhum dente e, também, apresentava feições únicas, permitindo que os paleontólogos consigam descobrir mais sobre o ambiente e ecossistema do período Cretáceo.
‘Bertha’, como foi apelidado, foi escavado na cidade de Cruzeiro do Oeste no Paraná, conhecida como ‘Cemitério dos Pterossauros’, entre os anos de 2011 e 2014 e, após muita pesquisa e dedicação, revelou uma espécie completamente nova.
Após a descoberta de ovos de uma espécie de crocodilo, datados de mais de 80 milhões de anos atrás, em fevereiro deste ano, 2021, o paleontólogo William Nava protagonizou mais um encontro jurássico, escavando fósseis de ovos de dinossauro na mesma região, na última segunda-feira, 27.
Os ovos, como Nava mesmo explica, podem vir de um dinossauro carnívoro da família dos terópodes, no entanto, os achados foram enviados à Universidade de Brasília (UnB) para maior pesquisa e, também, garantir a sua segurança. Enquanto isto, os especialistas de Presidente Prudente estão investigando as cascas.
Esta descoberta pode revelar uma região propícia e preferida para a postura dos ovos, como justificado pela descoberta dos crocodilomorfos e dinossauros, além de mostrar mais sobre como as espécies se relacionavam na época.