Responsável por criar os universos de grandes clássicos atemporais, a inglesa é considerada uma escritora à frente de seu tempo
Apaixonada por literatura, Jane Austen já demonstrava vocação para a escrita quando ainda era muito nova. Nascida no dia 16 de dezembro de 1775 em Steventon, na Inglaterra, ela cresceu para se tornar uma escritora além do seu tempo. Quando jovem, inclusive, costumava apresentar seus contos, romances e peças para toda a família.
Ao longo de sua carreira, a escritora criou complexas personagens femininas e abordou relações conflituosas, como de classe e gênero. Austen foi responsável por escrever grandes clássicos, como Razão e Sensibilidade (1811), Mansfield Park (1814), Emma (1815), A Abadia de Northanger e Persuasão (ambos de 1818).
Infelizmente, a escritora veio a falecer em julho de 1817. Por anos, a causa de sua morte permaneceu um mistério, mas graças aos avanços da ciência e da medicina, hoje em dia, acredita-se que a autora tenha sido vítima da Doença de Addison — embora existam novos estudos que levantam hipóteses de envenenamento.
Austen, por sua vez, consagrou-se na literatura, sendo considerada uma das maiores escritoras inglesas. Pensando na data de grande importância, o site Aventuras na História separou 10 curiosidades sobre a escritora.
Por volta dos 11 até os 17 anos, a autora escreveu diversos romances e contos sobre a vida cotidiana no interior da Inglaterra. Durante o período, Austen escreveu a obra Amor e Amizade, romance que retrata acidentes de carruagens, assaltos e fugas.
Embora fosse extremamente inteligente e uma ótima escritora, Austen viveu num período onde as mulheres não possuíam tanta autonomia. Por ser solteira e do sexo feminino, a autora só conseguiu adquirir o seu próprio dinheiro aos 36 anos, após o lançamento de Razão e Sensibilidade.
Aos 20 anos, a jovem conheceu o belo rapaz Tom Lefroy. Logo os dois se encantaram um pelo outro, no entanto, não podiam ficar sozinhos, nem trocar cartas sem estarem noivos. Contudo, o casal quebrou essas e outras regras impostas pela sociedade patriarcal da época.
A história foi retratada no filme 'Amor e Inocência' (2007), no qual a autora foi interpretada por Anne Hathaway e Lefroy por James McAvoy. No entanto, diferente da produção cinematográfica, o casal só se encontrou quatro vezes em ocasiões sociais, e nunca chegou a ter um relacionamento mais sério, pois o romance logo foi interrompido pela família do rapaz, que não aceitava seu envolvimento com a filha do reverendo.
Na época, livros com temáticas sobre aventura e exploração estavam em alta. No entanto, diferente de outros autores, Austen optou por desenvolver obras ambientadas no campo e que retratassem intrigas e conflitos familiares. Segundo Catherine Reef, autora da biografia 'Jane Austen: Uma Vida Revelada', a biografada teria dito, certa vez, que só precisava de três ou quatro famílias para desenvolver uma boa história.
Acredita-se que, enquanto estava encantada por Tom Lefroy, Austen tenha começado a escrever 'Elinor e Marianne', um romance sobre duas irmãs, sendo uma delas guiada pela razão e outra pela emoção. Quinze anos mais tarde, a história foi publicada anonimamente em três volumes, intitulada de Razão e Sensibilidade. Já em 1995, foi adaptada para os cinemas.
Após a morte da autora, familiares queimaram boa parte de suas correspondências e imagens. Poucas cartas foram resgatadas por sua irmã, Cassandra, que também pintou a única imagem que existe de Austen.
No entanto, segundo a biógrafa Catherine Reef, o retrato feito pela irmã, não corresponde com nenhuma das figuras da autora relatadas em registros e por fontes. Portanto, ainda hoje, não se sabe a verdadeira fisionomia da escritora.
Filha de um reverendo, Jane Austen foi obrigada a aprender tarefas domésticas que eram consideradas essenciais para uma esposa, como costurar e tocar piano. Enquanto isso, seus irmãos puderam ter aulas de matemática e história.
A obra Orgulho e Preconceito foi escrita originalmente sob o título Primeiras Impressões, no entanto, após ler a frase “A combinação de toda essa situação desafortunada foi o resultado do orgulho e do preconceito”, no livro 'Cecilia', de Fanny Burney, a autora decidiu trocar o título de sua obra, que logo tornou-se um sucesso entre os críticos.
Já em 2005, a obra foi adaptada para o cinema, sendo estrelada por Keira Knightley no papel principal de Elizabeth Bennet e, Matthew Macfadyen, interpretando o seu par romântico, o Sr. Darcy.
No ano de 1816, a autora adoeceu drasticamente, mas isso não a impediu de começar um novo romance, intitulado Os Irmãos. O livro retratava a saga de várias famílias que viviam à beira-mar. No entanto, a obra nunca foi finalizada, e logo após sua morte, sua família mudou o nome para Sanditon.
Na época, os médicos não souberam afirmar a causa da morte de Jane Austen, até que anos depois, passaram acreditar que ela teria sofrido da Doença de Addison — um distúrbio nas glândulas adrenais.
Entretanto, segundo estudos realizados nos últimos anos, Austen poderia ter sido envenenada por arsênico. Embora a hipótese não tenha sido confirmada, de acordo com o optometrista Simon Barnard, a escritora teria tido catarata, ocasionada pelo envenenamento de algum metal pesado, como o arsênico.