Influencer gera revolta em visita à Casa de Anne Frank: 'Viveu melhor do que nós'

Nesta semana, a influenciadora chilena Naya Fácil, de 26 anos, causou polêmica durante visita à casa de Anne Frank, em Amsterdã, na Holanda. Em sua passagem pelo exterior do local, onde a jovem judia e sua família se refugiaram da perseguição nazista, ela disse aos seus 2,4 milhões de seguidores:

Estou chocado com a casa de Anne Frank. Ela tinha metade do lugar só para ela. Ela viveu melhor do que nós".

Ainda em seu vídeo, publicado no Instagram, Naya mostrou a diferença na fachada da casa de Anne, hoje convertida em um museu, em comparação com as demais casas vizinhas, conforme repercutido pelo jornal O Globo.

Reações

É importante ressaltar que a jovem e sua família não ocuparam “metade do lugar”, mas ficaram escondidos na parte de trás do prédio, conhecido como Anexo Secreto, por dois anos antes de serem capturados pela Gestapo em 1944. Além da clara desenformação, o tom usado pela influenciadora também indignou os internautas. 

+ O que aconteceu com o oficial que prendeu Anne Frank no Anexo Secreto?

Após a repercussão do vídeo, o Museu Judaico do Chile divulgou imagens da casa na época da Segunda Guerra, para contextualizar a história de Anne Frank e a realidade do local.

Em seu comunicado, a instituição afirmou que Naya falou “levianamente e sem informações adequadas a Anne Frank”, além de pedir que todos verificassem “com empatia e respeito as informações que serão divulgadas, antes de entregar dados incorretos que confundem e desrespeitem”.

Após a comoção, Naya pediu desculpas as pessoas que se ofenderam com seus comentários, mas se mostrou contra as críticas que recebeu: “Sinto muito por Anne Frank, mas gente… em vez de me criticar e julgar, seria melhor me educar ou explicar”.

O destino dos Frank

Um mês antes da libertação da Holanda pelas forças aliadas, os Frank foram capturados e enviados para Auschwitz. Posteriormente, Anne foi transferida para Bergen-Belsen em novembro de 1944, onde faleceu de tifo em fevereiro de 1945.

Seu pai, Otto, foi o único sobrevivente, e em 1947, ele publicou o diário de Anne, que relata os anos em que a família viveu escondida dos nazistas. Até hoje, o diário é um dos livros mais lidos do mundo, com 30 milhões de leitores em 70 idiomas.