O jovem foi preso, torturado e morto em 1973, quando tinha 27 anos, no DOI-CODI de Recife
Redação Publicado em 28/10/2023, às 12h48
Em 28 de outubro de 1973, a ditadura militar no Brasil vitimou o estudante de direito José Carlos Machado, também conhecido como Zé Carlos, que tinha apenas 27 anos. O jovem era um militante de esquerda da Ação Popular Marxista-Leninista (APML) e foi preso, torturado e morto no DOI-CODI de Recife, em Pernambuco.
Seu assassinato completou cinquenta anos e tem sido lembrado com homenagens ao longo da semana. Marcelo Cattoni, professor de Direito da UFMG e coordenador do seminário em homenagem a Zé Carlos, enfatizou a importância de relembrar esse período da história.
Ele destacou que o conhecimento do passado é essencial para evitar sua repetição, e é fundamental honrar aqueles que lutaram pela democracia, mesmo que tenham sido vítimas de tortura, assassinato e perseguição.
Zé Carlos, nascido no Rio de Janeiro, veio para Belo Horizonte ainda criança. Na UFMG, onde ingressou em 1964 como o primeiro colocado, se envolveu com movimentos de esquerda, tornando-se vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Foi preso pela primeira vez em 1968, no 30º Congresso da UNE, em um período marcado pelo AI-5, que representou um endurecimento do regime militar.
Sua trajetória de luta o levou a passar oito meses preso na antiga sede do Departamento de Ordem Política Social (DOPS) em Belo Horizonte, onde hoje funciona um centro de direitos humanos e memória do período militar.
Em outubro de 1973, sabendo que poderia ser preso, providenciou um esconderijo. Com dois cunhados e um amigo, se preparavam para encontrar com a companheira dele para seguirem para um sítio do interior de Minas Gerais, onde ficariam escondidos", relembrou o professor Cattoni.
A ideia inicial era seguir para o exílio. No entanto, os planos foram interrompidos graças à prisão."Os quatro foram presos pelo delegado [Sérgio] Fleury, responsável pelo Dops de São Paulo. Todos foram levados para o DOI-CODI em São Paulo, depois transferidos para Belo Horizonte e, finalmente, para o Recife", completou o professor.
Zé Carlos acabou morrendo devido à brutalidade a que foi submetido, mas sua morte só foi esclarecida em 1995. Em janeiro de 1996, Zé Carlos foi oficialmente reconhecido como morto político, e seu nome está no relatório final da Comissão Nacional da Verdade. Além disso, uma rua em Belo Horizonte leva seu nome em homenagem a sua luta.
Segundo o G1, as homenagens a Zé Carlos incluíram um seminário na Faculdade de Direito da UFMG e uma sessão especial na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Para completar as celebrações, houve a exibição do filme "Zé", que narra os últimos anos de sua vida, no Cine Santa Tereza, em Belo Horizonte, neste sábado, 28.
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