Pistas inéditas sobre os ciclos solares do século 17 foram observadas em esboços do astrônomo alemão Johannes Kepler
Giovanna Gomes Publicado em 31/07/2024, às 10h04
O astrônomo alemão Johannes Kepler publicou, no ano de 1607, esboços do que acreditava ser a passagem de Mercúrio pelo Sol, baseando-se em observações feitas com sua câmara escura. Mais tarde, foi confirmado que o "planeta" observado era, na verdade, uma mancha solar. Surpreendentemente, quatro séculos depois, esses desenhos têm se mostrado valiosos para prever atividades solares.
Hisashi Hayakawa, autor de um estudo que revisou as observações de Kepler, destacou que por anos esses desenhos tiveram sua importância subestimada.
Como esse registro não foi uma observação telescópica, só foi discutido no contexto da história da ciência. No entanto, esse é o esboço de mancha solar mais antigo já feito, o que quer dizer que pode ser usado para análises quantitativas dos ciclos solares no século 17”, afirmou Hayakawa.
Com base nisso, o pesquisador e sua equipe recriaram as condições e posições das manchas registradas por Kepler utilizando técnicas modernas. Esse esforço resultou em novas informações sobre o ciclo solar, anteriores às registradas por Thomas Harriot e Galileu Galilei.
A descoberta, publicada na revista Astrophysical Journal Letters, é fundamental para resolver a controvérsia sobre a duração dos ciclos solares no início do século 17, durante a transição para o grande mínimo solar.
O século 17 foi um período crucial para o ciclo solar, marcado pelo início das observações de manchas solares e pela transição para o Mínimo de Maunder, um período prolongado de baixa atividade solar entre 1645 e 1715.
Desde 1715, a atividade das manchas solares segue um ciclo de 11 anos, com variações na altura dos picos. Contudo, durante o Mínimo de Maunder, quase não houve manchas solares e nem ciclos regulares.
De acordo com o portal Galileu, ainda não se compreende totalmente como a atividade solar mudou para o grande mínimo, mas sabe-se que foi um processo gradual. Reconstruções baseadas em anéis de árvores indicam ciclos solares curtos de 5 e 16 anos antes do Mínimo de Maunder, embora outras reconstruções sugiram durações normais para os ciclos.
Os registros de Kepler podem ajudar a esclarecer essas questões. Os desenhos feitos pelo astrônomo, com duas horas de diferença, fornecem uma progressão dos ciclos solares. Analisando esses registros e comparando-os com dados modernos, os pesquisadores fizeram quatro descobertas importantes:
“Kepler contribuiu com muitos marcos históricos em astronomia e física no século 17, deixando seu legado até mesmo na era espacial”, diz Hayakawa. “Aqui, acrescentamos a isso ao mostrar que os seus registros de manchas solares são anteriores aos registros telescópicos de manchas solares existentes de 1610 por vários anos. Seus esboços de manchas solares servem como um testamento de sua perspicácia científica e perseverança diante de restrições tecnológicas”.
+ Confira aqui o estudo completo.
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