Para entusiastas do pampsiquismo, a consciência não precisa ser confinada ao cérebro. Mas se até nosso astro-rei pode ser consciente, sobre o que ele pensa?
Gabriel Marin de Oliveira Publicado em 07/05/2024, às 17h15 - Atualizado em 14/05/2024, às 15h30
O romance clássico de ficção científica "Solaris", de StanislawLem, nos apresenta a um oceano planetário consciente, uma ideia que transcende a imaginação e ressoa com questões debatidas por filósofos e cientistas na vida real.
No século 16, o termo "pampsiquismo" foi cunhado pelo filósofo FrancescoPatrizi, explorando a ideia de que tudo no universo tem alguma forma de consciência. Embora a teoria tenha enfrentado desafios ao longo da história, o renascimento recente do pampsiquismo trouxe à tona questões profundas sobre a natureza da mente e da realidade.
Um artigo da revista Popular Mechanics, publicado em março de 2024, mergulhou nesse conceito fascinante, examinando as raízes históricas do pampsiquismo e sua ressurgência contemporânea.
Desde Platão até pensadores modernos como ArthurSchopenhauer e William James, a ideia de que a consciência transcende o cérebro humano tem sido tema de debate intelectual.
O século 21 testemunhou um renovado interesse no pampsiquismo, com cientistas como GiulioTononi e Christof Koch explorando a teoria da "informação integrada da consciência".
Esta linha de pensamento sugere que a consciência pode surgir em qualquer sistema capaz de integrar informações de forma complexa, desafiando as noções tradicionais de onde a consciência pode residir.
O biólogo Rupert Sheldrake, conhecido por sua teoria da Ressonância Mórfica, especula sobre a possibilidade de que até mesmo os corpos celestes, como o Sol, possam ter consciência. Embora a ideia possa parecer radical, Sheldrake e outros defensores do pampsiquismo argumentam que a consciência pode existir em várias formas de matéria, desde átomos até sistemas solares inteiros, conforme repercute a Galileu.
Entretanto, o pampsiquismo não é uma teoria sem críticas. Filósofos como Keith Frankish questionam a validade da consciência universal, argumentando que nossa percepção da mente pode ser uma ilusão elaborada pela complexidade do cérebro humano.
Enquanto a humanidade continua a explorar os mistérios da consciência e da realidade, o pampsiquismo oferece uma visão provocativa e desafiadora do mundo que nos rodeia.
Independentemente de suas conclusões, a busca pelo entendimento da mente humana e sua relação com o universo promete continuar a inspirar questionamentos profundos e reflexões sobre nossa própria existência.
