O padre que atua na capela São Miguel, em Eldorado do Sul, afirmou ao G1 que a conservação dos objetos foi um “sinal de Deus”
Redação Publicado em 11/06/2024, às 18h49
Na reabertura de uma igreja após uma enchente em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, um vídeo registrou um achado notável: o altar, as bíblias e as estátuas religiosas permaneceram intactos no interior do local.
Conforme repercutido pelo G1, a gravação que viralizou nas redes sociais revela que a água alcançou quase 3 metros de altura, deixando marcas de barro nas paredes e revirando os bancos da paróquia.
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Surpreendentemente, as bíblias, guardadas em uma caixa de plástico tampada, parecem estar secas. Apesar de um banco ter sido lançado sobre o altar, um castiçal com cruz permaneceu sem danos. Em outro local, as imagens de São Miguel e Nossa Senhora Aparecida também não foram afetadas.
A capela de São Miguel foi inundada no dia 2 de maio e, desde então, segundo o padre Fabiano Glaeser dos Santos, ninguém havia entrado na igreja. O religioso evita afirmar que se trata de um milagre, mas considera o acontecimento como um “sinal de Deus”.
Eu não estou trabalhando a questão do milagre, estou trabalhando a questão do sinal de Deus. Não necessariamente um sinal extraordinário, inexplicável, mas um sinal. Talvez algum físico, químico venha aqui e dê uma explicação racional para o que aconteceu. E eu vou aceitar a explicação. Não sou anticiência. Mas, de fato, eu trabalho a questão do sinal", afirmou Fabiano ao G1.
A pedido do G1, o coordenador do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Deivison Campos, analisou a representação que esses símbolos adquirem em situações como a ocorrida no RS. O professor destacou que o sentido de sagrado é reforçado nessas circunstâncias.
Essas imagens se manterem inteiras são lidas como sinal de esperança e de fortalecimento da fé. Tem também o lado de se reerguer, transmite força. Existe uma carga simbólica de resistência e resiliência, pelo fato de se manterem imaculadas em meio à destruição", apontou Deivison.
Eldorado do Sul foi o local mais afetado pelas cheias, com mais de 80% do município inundado e 40 mil residentes sendo obrigados a deixar suas residências. No total, a tragédia climática resultou em mais de 170 óbitos no estado.
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